PRESA COM O TRAFICANTE (MORRO) romance Capítulo 70

FLORÊNCIA NARRANDO

Assim que a dona Graziela me colocou ali dentro daquele lugar, era um quarto, eu fiquei apavorada sem saber de nada que estaria acontecendo lá fora, mas eu acredito que tem alguma coisa acontecendo que eu não estou sabendo e o pior de tudo é que fico no escuro sem saber o que posso fazer, a minha vida toda está complicada, e eu não posso nem saber de mais nada, já não basta os problemas da Flora, que sempre coloca pra minha mãe resolver, e o pior é que aquele homem disse que vinha buscar ela, para fazer ela pagar como se deve tudo o que ela causou na vida dela, e eu não sei se eu sinto pena, ou se a minha vida toda fica confusa, a realidade é uma só, ela vai sofrer por tudo que ela já fez, e só de pensar que com apenas 18 anos, já fez tanta maldade nessa vida, o pior é que ela não para, mesmo sofrendo, mesmo com tudo que ela tem, ela não para, a vida dela é só fazer a maldade. Eu só espero que um dia a minha irmã perceba que ela precisa tomar cuidado, e que precisa se arrepender por tudo que ela já fez. A verdade é que eu tenho muita pena da minha mãe, uma mulher que vive trabalhando diariamente, faz tudo para deixar ela bem, mas ela não liga, ela faz o que quer, e é isso que vai acabar com ela, vai acabar destruindo a minha irmã, então depois que tudo acabou, a minha sogra e minha mãe abrem a porta, e a minha mãe corre até mim, ela me abraça.

Mãe: Minha menina. - ela diz me abraçando.

Florência: Mãezinha. - digo abraçando ela forte.

Mãe: Que bom que você tá bem. - diz nervosa.

Florência: Meu marido, me mandou me trancar, você sabe, ai tava aqui trancada. - digo nervosa. - Eu preciso do meu marido, por favor. - digo com os olhos marejados.

Mãe: Liguem para ele. - ela diz com as meninas.

Luísa: Está apenas chamando, acho que ele não tá com o celular, alguém vai ter que ir n boca. - ela diz e a Thalita se oferece.

Thalita: Eu vou. - ela diz.

Mãe: Pode deixar, eu vou, tenho que ir em casa, então eu vou. - ela diz e a Thalita concorda. - Já tô indo filha, seu marido logo vem. - diz e sai dali.

Graziela: Se acalme minha menina. - diz e as meninas se aproximam.

Luísa: Vamos ver as coisas para o casamento vem. - ela me chama para a sala, e seguimos até lá, assim que chegamos ela pega uma revista com várias coisas de decoração para casamento, mas a verdade é que meus pensamentos estão no meu marido.

Thalita: Aqui, olha esse que lindo. - ela aponta para uma decoração incrível, em uma igreja.

Florência: A verdade é que eu tô muito nervosa, eu não consigo me concentrar. - digo sentindo meu corpo tremer, então me levanto e fico andando de um lado para o outro.

Thalita: Você precisa ficar calma, por causa da gravidez. - ela diz e eu continuo andando de um lado para o outro, até que passa uns minutos e ele entra pela porta, ele vem na minha direção e eu vou a seu encontro.

Alemão: Tô aqui amor, calma. - ele diz e beija meu pescoço.

Florência: Eu fiquei tão nervosa amor, o que aconteceu? - pergunto e ele me abraça forte, ele passa uma mão na minha barriga calmamente.

Alemão: Lembra aquele cara da praia? - ele pergunta e fico tentando lembrar, até que consigo.

Florência: Lembro, o que tem ele? - pergunto tocando seu rosto.

Alemão: Descobrimos que tem um x9 na comunidade, e ainda estamos em busca dele, mas logo encontraremos, ele acabou fazendo a invasão acontecer, mas fique tranquila, eu matei o cara que queria pegar você meu amor. - diz sério e me abraça. - Eu jamais deixaria alguém encostar em você. - diz beijando meu pescoço.

Florência: Você pediu reforço amor? - pergunto, e ele beija meu pescoço.

Alemão: Pedi minha vida, mas não se preocupe, tá tudo resolvido. - ele diz e ficamos agarradinhos por alguns segundos até que minha mãe entra ali com um homem. - Vish. - ele diz e eu olho nos olhos dele, tentando entender.

Florência: Quem é amor? - pergunto e ele respira fundo, e acaricia minha barriga.

Florência: Por favor, sejam diretos, eu não tô bem para está esperando vocês de papinho. - digo olhando minha mãe, que respira fundo.

Mãe: Minha filha, eu só quero esclarecer algo bem delicado, a muito tempo. - ela fala procurando as palavras. - Você lembra que eu disse que o seu pai havia nos deixado, e que a gente não tinha para onde ir, por isso precisamos ir morar no convento com as freiras? - ela pergunta.

Florência: Lembro sim. - respondo ela, tranquilamente.

Mãe: Então meu amor, eu pedi para a Flora vim aqui, e só esperar ela vim. - diz e eu olho pra meu marido.

Alemão: Você sabe que os limites da Flora ficar perto da minha mulher são limitados. - diz sério.

Mãe: Eu sei, afinal ela sempre fez maldade com a própria irmã. - ela diz baixando a cabeça e a Flora chega.

Flora: O que é tão importante? - ela fala olhando pra nossa mãe.

Mãe: Sente-se. - ela fala e a flora se senta. - Bom, pedi para chamar você aqui, para que junto da sua irmã, você saiba logo a realidade das coisas. A muito tempo atrás eu conheci o Gustavo, eu era apenas uma novata nessa cidade enorme, o que me deixou encantada, porém eu era muito inocente, eu não sabia nada da vida, era apenas uma ovelha no meio dessa cidade, até que um dia o Gustavo estava em um desses bailes de comunidade, na verdade era do morro dele só que eu não sabia, eu havia ido com uma colega que conheci no meu trabalho, lá eu conheci ele, e então a gente se envolveu, eu era virgem na época, e ele foi o primeiro homem a me tocar, e nisso a gente curtiu a noite toda, porém não usamos nada, e disso veio vocês duas. - ela fala e a Flora rir.

Flora: Mãe, não sabia que a senhora era virgem quando ficou com nosso pai, e afinal quem é esse homem? - ela pergunta olhando pra ele.

Mãe: Bom, continuando, essa noite foi algo que ficou marcada, eu nunca mais quis homem nenhum em minha vida, depois que eu voltei no morro e falei que estava grávida, e ele disse que não podia me assumir, porque era casado, e que tudo aquilo foi apenas um momento, e então eu fiquei mal demais, e por isso fui morar no convento, lá me dediquei a ajudar as freiras, até o dia que vocês ficaram adultas e eu tive que sair do convento com vocês, e viemos para cá, e respondendo sua pergunta Flora, esse aqui é o pai de vocês. - ela diz como se não fosse nada, e eu fico em choque.

Eu estava em estado de choque, sem saber o que fazer o meu marido me abraçou e ficou agarrado em mim. Eu estava tentando entender os motivos dele ter feito isso, e tudo estava confuso, as lágrimas molharam o meu rosto, fomos rejeitadas pelo nosso pai, e não foi como a mamãe deixou por todos esses anos, a gente achando que ele apenas tinha ido embora.