Quando Perder a Luz romance Capítulo 1

"Srta. Serpa, sua doença ocular era incurável. O resultado final seria a cegueira."

Katarina Serpa segurava o laudo dos exames, atordoada, parada no corredor do hospital.

Ela pensara que era apenas cansaço visual, não esperava receber uma sentença de morte do médico.

Restavam menos de seis meses antes que se tornasse cega.

Esse resultado era difícil de aceitar.

Ela tirou o celular, hesitando em tentar ligar para o marido. Mas era horário de trabalho, provavelmente não conseguiria falar com ele, e talvez ele nem se importasse em saber que ela ficaria cega.

"Ficou sabendo?"

Duas enfermeiras vinham em sua direção, cochichando: "O namorado rico da Ângela Paes hoje reservou todas as salas de cinema do Cidade Céu, só para convidar os fãs dela para assistir a um filme."

"Claro que fiquei sabendo! Sou até fã dela, mas infelizmente não poderei ir hoje."

"Inveja…"

"Tem gente que nasce com sorte, né?"

"……"

Ao levantar os olhos, ela viu novamente na tela da televisão do corredor o bloco de entretenimento: ‘Hoje, o namorado milionário de Ângela reservou todos os cinemas do Cidade Céu para bombar a bilheteria, convidando os fãs dela para uma sessão especial.’

‘Segundo rumores, Ângela deve se casar em breve com o namorado milionário, cuja identidade poderá ser revelada na ocasião.’

Abaixo, havia uma foto dos dois juntos. Embora só aparecesse as costas do homem, Katarina o reconheceu imediatamente.

Afinal, era o homem com quem ela estava casada há cinco anos.

Como não reconhecê-lo?

Em seguida, vieram prints de algumas notas fiscais.

O cabeçalho trazia o nome de cinemas, seguido do valor exato.

Katarina logo entendeu: eram os recibos das salas reservadas para Ângela?!

Ele queria mesmo pedir reembolso ao setor financeiro?

Era como se desejasse que todos soubessem que ele era o namorado milionário e misterioso de Ângela.

E ela, o que era então?

Katarina apertava o laudo dos exames com força, os olhos se enchendo de lágrimas sem perceber.

Ela se conteve para não deixar que as lágrimas caíssem, reunindo toda a força que tinha para amassar o laudo e jogá-lo no lixo.