— Não, coisa nenhuma —, respondeu Shaun enquanto conduzia Kingsley ao gazebo e se sentava.
Kingsley estava logo atrás. No entanto, ele não se atreveu a virar para verificar o que estava acontecendo. Shaun podia ver que Kingsley estava apavorado, o que fazia querer rir alto, mas também tinha pena do cara.
— São apenas algumas sepulturas. Como é que já está com tanto medo assim?
— Você não tem medo, então é claro que é fácil falar assim! — reclamou Kingsley, que ficou tentado a rastejar de alguma forma para dentro do bolso de Shaun e se esconder lá.
— Beba! — Shaun jogou Kingsley uma garrafa de vinho e abriu outra garrafa para si mesmo.
— Como ainda está com vontade de beber? — perguntou Kingsley em estado de choque.
— Por que não estaria? — Shaun revirou os olhos. “A noite é uma criança e teremos de ficar aqui a noite toda. É melhor fazermos alguma coisa para nos ajudar a dormir.”
Era natural que o lugar não conseguisse assustar Shaun. Ele era médico e tinha entrado em contato com dezenas de cadáveres. Os ossos apodrecidos na sepultura não significavam, portanto, nada para ele. Na verdade, a situação no necrotério era muito mais assustadora, e ele teve que passar noites lá durante o estágio. Apesar dessa situação, Shaun não estava com medo.
— Sério mesmo que não está com medo? — perguntou Kingsley, que estava olhando Shaun mais de perto. O primeiro continuava a sentir como se o amigo médico estivesse fingindo manter a calma.
— Claro que não estou! O que te faz pensar que estaria com medo? — Shaun revirou os olhos para Kingsley mais uma vez. Os lábios de Kingsley tremiam.
— A... acha que esse lugar é assombrado?
Shaun estava sem palavras. “Por que ele insiste em falar sobre isso apesar de estar tão assustado?”
— Se não tem medo de humanos, os quais você pode ver e tocar, por que tem medo de fantasmas invisivéis? — zombou de Shaun. Ele queria cruzar os braços, mas Kingsley estava abraçado a um deles. O que forçou Shaun a usar seu outro braço como travesseiro e se deitou para olhar para o céu.
— Esse é um lugar agradável para observar as estrelas.
Kingsley inclinou a cabeça para olhar para o céu e, como prometido, o céu estrelado apareceu em cima deles.
— É lindo.
Foi então que algo puxou sua camisa no escuro. Kingsley gritou e pulou para longe.
— AH! Fantasma!
— Cara! Mas que diabos? — reclamou Shaun, que pulou por conta da palhaçada de Kingsley.
— Al-algo puxou minha camisa —, respondeu Kingsley.
Todas as cores desapareceram do rosto dele. Shaun se virou e viu algo desaparecendo pela floresta adentro. Ele só conseguiu vislumbrar sua cauda. O que levou Shaun a balançar a cabeça exasperado falando:
— É só um macaco.
— Não posso acreditar que tem macacos aqui. — Kingsley comentando incrédulo.
Shaun olhou ao redor com raiva, resmungando:
— É uma boa coisa que eu tenha um coração saudável. Se não tivesse teria de ser hospitalizado depois dos seus gritos que assustaram a minha alma.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Quanto mais, melhor
Eu li até os capítulos 300 ai parou de atualizar e uma história linda ágora vou concluir a leitura...
Quando vai postar os capitulos? A historia é bastante interessante...