Quanto mais vale o amor depois de uma vida inteira? romance Capítulo 877

No momento em que Natalia baixou os olhos e viu a cueca boxer, seu rosto ficou vermelho como se estivesse pegando fogo.

Que situação constrangedora.

Natalia recuou rapidamente o pé e se escondeu de imediato no closet.

Com o rosto corado, ela viu no espelho a si mesma com as pálpebras avermelhadas e os lábios extremamente rubros.

Natalia sentiu como se seu corpo inteiro também estivesse em chamas.

Ao lembrar que tinha pisado naquela cueca boxer, ficou ainda mais envergonhada.

Do lado de fora, Erasmo observava a jovem escondida no closet. Ele se abaixou para pegar o pijama, mas, ao recolher a cueca, um leve sorriso surgiu em seus lábios finos.

Ele parou diante do closet: "Vou tomar um banho primeiro."

Ao ouvir isso, Natalia demorou alguns segundos para reagir.

De repente, pensamentos equivocados vieram à sua mente, afinal, normalmente, antes de certas coisas, costumava-se tomar banho.

O que... o que ele estava insinuando?

Natalia saiu do closet e ouviu o som da água correndo no banheiro.

Sentou-se na beira da cama, o rosto ainda quente, pensando em como recusá-lo caso ele tentasse algo.

Mas, mesmo após esperar bastante tempo, Erasmo não saiu do banheiro.

Estranho, afinal, ele costumava tomar banho rapidamente. Já tinha até zombado dela, dizendo que seu banho era lento como um caracol.

Depois de esperar mais um pouco, a paciência de Natalia se esgotou.

Será que Erasmo havia desmaiado no banheiro?

Natalia foi até a porta do banheiro e bateu: "Erasmo, por que está demorando tanto?"

O som da água continuava constante do lado de dentro.

Erasmo apoiava uma mão na parede, seus olhos estreitos lançando um olhar para a sombra na porta do banheiro, sua respiração ficou visivelmente mais pesada.

"Erasmo?"

"Espere."

Ao ouvir sua voz, Natalia sentiu algo estranho, sem saber explicar o motivo.

Erasmo recostou a cabeça na parede, puxou vários lenços de papel e engoliu em seco algumas vezes: "Você está com pressa?"

A voz do homem saiu rouca.

Ele só pretendia tomar um banho simples, mas seu corpo foi honesto demais — não conseguia se acalmar.

No entanto, enquanto se preparava para dormir, Natalia sentiu um cheiro peculiar no ar.

Era como o perfume de flores de manacá.

Assim que percebeu do que se tratava, entendeu por que Erasmo demorou tanto para sair do banheiro.

Seu rosto, que finalmente tinha se acalmado, voltou a esquentar de imediato.

Mordeu os lábios, irritada.

Que absurdo.

Depois de terminar de se arrumar, Natalia vestiu o pijama, mas manteve o sutiã por baixo.

Afinal, aquele homem ainda não tinha ido embora.

Natalia saiu do quarto e viu Erasmo tranquilamente encostado na penteadeira, segurando uma foto dela.

Com o rosto avermelhado, ela se aproximou: "Por que não volta para casa, por favor?"

"Tão rápida em cortar laços assim?"

Erasmo colocou a foto de volta e caminhou em sua direção, enquanto Natalia o olhava com desconfiança.