Quanto mais vale o amor depois de uma vida inteira? romance Capítulo 936

Roberto estava de bom humor e não a provocou.

Depois de deixar Melissa na escola, ele finalmente ficou sério e ligou diretamente para Gustavo Ferreira.

Gustavo atendeu imediatamente: "Aconteceu alguma coisa com a Natalia?"

"Já que certas pessoas estão tão preocupadas, por que não vão ver com os próprios olhos?"

Gustavo suspirou: "Você sabe como é o temperamento dele."

"A mulher teve febre alta ontem à noite e ainda não melhorou. Mesmo assim, não quer ir ao hospital."

Gustavo ficou um pouco ansioso: "Como assim não quer ir ao hospital? Está grave agora?"

"Não sei, ela não concorda em ir ao hospital."

Gustavo lançou um olhar para o homem deitado na cama do hospital. O telefone estava no viva-voz, então Erasmo também deveria ter ouvido.

Erasmo, porém, não reagiu.

Gustavo, frustrado, disse: "Então, por favor, levem ela ao hospital."

"Não vamos levar, cada um que cuide da sua mulher. Diga ao Erasmo que o carro agora é meu."

Roberto desligou depois de dizer isso. Ele olhou para o telefone, desconfiado de que certas pessoas não conseguiriam manter a calma.

Do outro lado, Gustavo, após ter a ligação encerrada, mordeu os dentes de raiva: "Ouviu? A Natalia está doente e ninguém cuida dela."

Só então Erasmo abriu os olhos, que estavam vermelhos de cansaço: "Vai você."

"Eu não vou."

Gustavo ficou irritado: "O Roberto tem razão, cada um deve se preocupar com a própria mulher."

"Vocês não são amigos?"

"Homem e mulher não devem ter contato íntimo. Se ela estiver mal a ponto de não conseguir andar, quer que eu a carregue?"

Erasmo franziu a testa: "Arranje uma mulher para ir junto."

"Uma mulher não conseguiria carregá-la."

Gustavo olhou para ele: "Você vai fugir para sempre? Cedo ou tarde, terá que encarar isso."

Erasmo esfregou o rosto, os olhos ainda vermelhos.

A voz dele saiu rouca: "O que mais posso fazer?"

Natalia abriu a conversa deles, mas não sabia o que dizer durante um bom tempo, até que acabou jogando o celular de lado.

Ela ficou observando o celular. Se ele não viesse explicar tudo ou não a procurasse, ela jamais seria a primeira a procurá-lo.

Jamais.

Do outro lado da linha, Erasmo olhou fixamente para o celular, sentindo que o tempo nunca havia passado tão devagar.

Mas, ao lembrar das palavras de Roberto, será que ela estava mesmo tão doente?

Erasmo não resistiu e acabou se levantando, decidido a ir até o apartamento.

Rafael se aproximou, preocupado: "Mano, você ainda está com febre, vai aonde?"

"Preciso sair um pouco, fique de olho aqui no hospital."

Rafael viu o semblante frio de Erasmo e não conseguiu deixar de perguntar: "Vai procurar a cunhada?"

Ao ouvir a palavra "cunhada", Erasmo sentiu o coração apertar de dor.

Temia que ela não o quisesse mais.