Quanto mais vale o amor depois de uma vida inteira? romance Capítulo 969

Dentro do carro, reinava um silêncio absoluto; cada minuto e cada segundo pareciam se arrastar lentamente.

Natalia retirou sua mão devagar: "Me desculpe, mas não posso aceitar."

"Por quê? Se há algo que você ainda queira fazer, eu posso realizar para você. Inclusive em relação à Família Silva!"

Natalia olhou para a outra: "A Sra. Costa é sua amiga de tantos anos, você seria capaz de fazer isso com ela?"

Um brilho de hesitação passou nos olhos da Sra. Camargo: "Se você aceitar, eu faço."

"Eu não preciso que a senhora faça nada. Agora já temos provas e testemunhas, e a Sra. Costa pagará pelo que fez."

Natalia olhou diretamente para a Sra. Camargo à sua frente: "Quanto à senhora, cuide da sua saúde. Mesmo que haja condenação, não será por muito tempo."

Assim como a Sra. Camargo dissera, ela sempre estivera alheia a tudo; com o advogado Fernando ao seu lado, a Sra. Camargo não sofreria punição severa.

"Natalia, realmente me desculpe."

Com lágrimas nos olhos, a Sra. Camargo confessou: "Na verdade, também fui egoísta, mas agora finalmente posso lhe pedir desculpas abertamente."

Natalia lançou-lhe um olhar: "Vocês realmente deviam pedir desculpas."

Ela saiu diretamente do carro, e o vento frio que soprou a fez despertar ainda mais.

Natalia olhou para os galhos secos das árvores, sentindo uma melancolia profunda.

Ela continuava preferindo o verão: apesar do calor, pelo menos era acolhedor.

Na vida passada, quando esteve internada em uma clínica psiquiátrica, o pior era o inverno; desligavam propositalmente o aquecimento do quarto, e ela ficava coberta de feridas provocadas pelo frio.

Naquela época, o desespero era total.

Ela coçou um ponto na mão onde, na vida passada, surgiam muitas dessas feridas.

Mas, nesta vida, isso nunca aconteceu.

Desta vez, quem deveria se desesperar não era ela.

Natalia entrou em seu próprio carro utilitário e partiu. Era curioso ver uma moça dirigindo um veículo tão robusto, mas, nela, não havia nada de estranho nisso.

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