“Alana, ajuda! Fui abusada na boate!”
O som da voz desesperada e impotente de sua melhor amiga era a única coisa na cabeça de Alana Tavares enquanto ela corria para a boate.
Quarto 808. Alana olhou para a placa com o número na porta do quarto. Era o mesmo número que sua melhor amiga, Heloísa Simões, tinha informado na mensagem. Sem pensar duas vezes, ela invadiu o quarto para salvar sua amiga.
Quando a porta se abriu na sua mão, ela foi recepcionada pela escuridão interior. De repente, uma mão forte agarrou seu pulso e a puxou para dentro do quarto escuro, e na sequência houve um barulho alto, como se alguém batesse a porta.
“Ei! Quem é você e o que você quer?!” Gritou Alana, forçando a vista para enxergar alguma coisa ao seu redor.
“Fique calma e te tratarei bem.” A voz profunda e rouca de um homem lhe falou ao ouvido.
No segundo seguinte, Alana foi jogada no sofá sem cerimônias e antes que ela pudesse se levantar, um corpo esguio e forte a prendeu.
Ela deixou escapar um grito abafado quando um par de lábios com sabor de hortelã-pimenta capturou os seus.
O homem em cima dela parecia quente contra o sofá. Uma sensação de desamparo fez brotar lágrimas nos seus olhos enquanto ela tentava lutar contra o homem, mas, ao final, ela nada pôde fazer a não ser suportar a ferocidade do homem.
Uma hora mais tarde, Alana cambaleou para fora da sala, com um aspecto desgrenhado. Ela havia acabado de viver um pesadelo, mas isso não a distraiu da preocupação com a segurança de sua melhor amiga.
Ela estava quase ligando para a Heloísa quando viu um grupo de homens e mulheres saindo de uma porta lateral. Sob as luzes, ela instantaneamente reconheceu duas das mulheres do grupo.
Uma delas era Heloísa, sua melhor amiga que implorou por ajuda ao telefone mais cedo, e a outra era sua meia-irmã, Érica Tavares. As duas garotas andavam lado a lado de braços dados, como se fossem melhores amigas.
Choque e raiva tomaram conta de Alana quando viu as garotas. “Pare aí, Heloísa!” Ela gritou devido à distância, enquanto seus punhos se fechavam ao lado do corpo.
Ao ouvir isso, Heloísa e Érica se viraram para encará-la. Alana olhou para elas com o rosto queimando de raiva enquanto exigia respostas de Heloísa. “Por que você mentiu para mim?!”
Heloísa sorriu. “Não é minha culpa que você é sempre tão ingênua, Alana.”
“Você se divertiu com aquele gigolô lá atrás?” Perguntou Érica cantarolando, com um sorriso perverso.
Foi só nesse momento que Alana percebeu que as duas haviam tramado para ela. A castidade que ela preservara pelos últimos dezenove anos havia sido sacrificada pela alegria desprezível das garotas.
Naquele momento, os olhos de Heloísa estavam gelados, enquanto ela fervia. “Você realmente achou que eu era sua amiga, Alana? Tenho vivido à sua sombra desde que nos conhecemos! Te odeio e o que mais quero é te arruinar!”
Érica, por outro lado, interrompeu rapidamente, zombando. “Tenho a prova que preciso para mostrar ao papai que você tem se prostituído na boate por dinheiro. Não vai demorar muito para você ser expulsa de casa!”
“Vocês duas…” Alana estava tão furiosa que cambaleou. Seu corpo estava um caco depois do trauma pelo qual ela havia passado e o peso cruel da traição de sua amiga e de sua irmã quase a derrubaram.
“Vamos embora, Heloísa! Não queremos ser vistas com lixo, certo?” Com o braço entrelaçado no de Heloísa, Érica a levou ao carro esportivo que ela havia estacionado perto do meio-fio.
Três dias depois, na casa dos Tavares, uma voz grave masculina gritou com raiva “Você está se prostituindo só porque não permiti que você viajasse a estudos? Como posso eu, Francisco Tavares, ter uma filha tão sem pudor como você?”
“Papai, eu não –”
“Você não o quê? Você fez Alana! Como você pôde passar assim dos limites da vergonha? Nós te deixamos passar fome ou te privamos de alguma coisa? Eu não consigo acreditar que você se prostituiria em uma casa noturna imunda! Para o seu bem, espero que você não tenha trazido nenhuma doença para essa casa. Quem sabe o que minha filha e eu podemos ter pego de você.” A mulher vestida com joias e roupas chiques zombou do seu lugar no sofá.
“Papai, eu juro que não fiz isso. Eu –” Alana tentou se explicar.
Entretanto, Francisco não queria ouvir mais nem uma palavra dela. Ele a olhou maliciosamente quando explodiu, “Ainda mentindo pra mim, estou vendo. Saia agora desta casa! Não vou admitir você sob meu teto. Filha minha não é desavergonhada assim. De agora em diante você não é minha filha!”
Enquanto isso, no patamar das escadas, Érica assistia o desenrolar dessa cena debruçada no corrimão com o queixo apoiado na mão. Tudo estava correndo conforme ela tinha planejado. Em questão de minutos, Alana seria expulsa da casa e ficaria vagando por aí como um vira-lata patético.
Lá embaixo, na sala de estar, Alana ficou em silêncio quando viu o olhar ameaçador e desapontado no rosto de seu pai. Ela se levantou silenciosamente e subiu as escadas para arrumar suas coisas.
Ela tinha acabado de contornar o patamar quando Érica a encurralou. Com os braços cruzados arrogantemente na frente do peito, a garota mais nova zombou: “Saia daqui! Não fique aí parada como uma aberração. Esta casa nunca mais terá um lugar para você!”
Alana cerrou os punhos enquanto observava a expressão de prazer no rosto de Érica.
Francisco olhou para as marcas vermelhas na bochecha de Érica, nunca havia estado tão desapontado em sua vida. Quando minha filha mais velha se tornou tão irritantemente rebelde?
Nunca mais voltarei para esse lugar.
Dentro da casa, Érica assistia enquanto Alana puxava a mala porta afora com um sorriso malicioso nos lábios. Finalmente estou livre daquela aberração inútil!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Quarto para você
GOSTARIA DE CONTINUAR A SER O LIVRO E A PARTIR DO CAPITULO 735, NÃO ESTA MAIS ACESSIVEL....
Pq não consigo assesar a partir do capítulo 735 gostaria de continuar a ler o livro...