Quarto para você romance Capítulo 1098

Rafaela lembrava-se de como havia ficado nervosa e agitada quando se conheceram pela primeira vez. Pensar que havia passado daquele estado para sentir falta dele, mesmo que estivessem separados por menos de um dia. Agora, a ideia de estar com ele não parecia nem metade assustadora como a perspectiva de não o ter em sua vida.

Ela queria mandar uma mensagem para ele, mas não queria incomodá-lo a esta hora, sabendo que ele provavelmente estava trabalhando.

Naquele momento, abriu as fotos deles, tiradas enquanto passeavam olhando as vitrines, deu zoom nas fotos e memorizou seus traços na tela. Gradualmente, um leve vermelho apareceu em suas bochechas, e um calor estranho percorreu seu corpo à medida que seu coração acelerava. Involuntariamente, a lembrança de seus lábios nos dela, quentes e exigentes, inundou sua mente.

Ela se aconchegou nas cobertas, corando fortemente, e decidiu que era perigoso pensar muito nisso.

Na manhã seguinte, ela foi trabalhar mais cedo do que o habitual, estava revigorada após um fim de semana de descanso, mas o choque veio quando entrou no escritório e percebeu que os resultados da última avaliação haviam sido divulgados.

Ela procurou rapidamente seu nome na lista, e seu coração afundou quando viu que havia falhado, não tinha certeza se a antipatia evidente de Victoria em relação a ela era a única causa disso, ou se os resultados eram baseados em discrepâncias reais nos materiais que havia apresentado.

“Ah! Eu passei!” Michelle exclamou feliz, batendo as mãos sobre a boca em descrença.

“Eu também! Alguém não passou?” Ingrid olhou para cima e varreu seu olhar com arrogância sobre os outros no departamento. Ela ficou desconfiada quando notou a expressão inquieta no rosto de Rafaela, e chamou de forma direta: “Ei, Rafaela. Por favor, me diga que você passou! Esta é apenas a primeira avaliação, pelo amor de Deus.”

No mesmo instante, todos se viraram para olhá-la. Caio foi o único que demonstrou simpatia, enquanto o restante a olhou com compreensão. Todos pensavam que era o que ela merecia por usar influências para entrar no departamento. De qualquer forma, a avaliação apenas provava que ela não tinha direito de estar ali, exceto por suas conexões, caso contrário ela não teria falhado.

Rafaela enfrentou o julgamento de todos e concordou. “Sim, acho que preciso trabalhar mais.”

“E se você falhar na próxima, pode esquecer o restante da avaliação”, apontou Ingrid de forma sarcástica. Ela nunca foi de economizar em franqueza, embora fosse melhor se não tivesse uma língua tão afiada. “Se eu fosse você, empacotaria as coisas e iria para casa agora antes de me envergonhar ainda mais.”

“Você não pode simplesmente calar a boca por dois segundos, Ingrid?”, Caio resmungou, franzindo a testa.

“Por quê?! Estamos todos pisando em ovos ao redor da Rafaela agora? Você sabe que estou certa”, Ingrid argumentou, depois fez um som sarcástico enquanto arrastava Michelle porta afora com ela.

Ela está me segurando de propósito.

“Sra. Pereira, eu só estava esperando que você pudesse deixar de lado esse tratamento injusto em relação a mim”, Rafaela apontou calmamente.

“Não seja tão pretensiosa Rafaela. Você quer falar sobre tratamento justo? Tudo bem. Que tal você compartilhar esse sentimento com Renato? Ele foi quem usou influência para te colocar no departamento de tradução”, Victoria zombou.

Rafaela congelou. Agora não havia como esconder a hostilidade de Victoria.

“Eu sairia do departamento agora se fosse você. Não gostaria de acabar em outra situação humilhante”, disse Victoria com um olhar invejoso nos olhos antes de se afastar.

Depois disso, Rafaela voltou ao escritório de forma distraída, nunca pensou que encontraria tantos problemas no local de trabalho, e embora adorasse ficar no departamento de tradução, sabia que não tinha chance de progredir se Victoria continuasse sendo mesquinha desse jeito.

Ao retornar para sua mesa, a garota assistiu enquanto todos ao seu redor recebiam o aviso para a segunda avaliação, enquanto sua caixa de entrada permanecia vazia. Não havia melhor prova de tratamento injusto do que isso.