Quarto para você romance Capítulo 1146

Na Residência Maia.

Gilberto e sua esposa, Dafne, prepararam uma refeição deslumbrante para sua filha e futuro genro. Embora Ângela e Richard ainda não estivessem casados, a cerimônia estava marcada para logo após o Natal, e tudo o que o casal Maia conseguia pensar era no neto que em breve teriam.

Ângela queria pegar seus álbuns de fotos antigos para que o noivo pudesse vê-los, mas assim que os pegou, sua mãe correu para impedi-la. “Ei! Coloque isso de volta, não deveria estar carregando coisas tão pesadas. Eu vou fazer isso. Me dê.”

“Mãe! Não está sendo um pouco paranoica demais? São apenas álbuns de fotos!” Balançou a cabeça impotente. Ela não era feita de vidro. Estava apenas grávida! E ainda se sentia a mesma de sempre!

A única exceção era a restrição imposta às atividades noturnas do casal, algo que deixava Ângela muito insatisfeita. Ela queria aproveitar o ano de lua de mel com apenas os dois.

Gilberto estava tomando uma xícara de chá e riu ao ouvir a discussão. “Sua mãe está apenas ansiosa. Ela não dormiu bem nos últimos dois dias.”

“É porque mal posso esperar para segurar meu neto!” Ela se preocupava com sua filha, o parto não era uma tarefa fácil. Como alguém que tinha medo de agulhas e de fazer exames de sangue, poderia suportar a dor do parto?

Richard observou tudo e encontrou a melhor maneira de demonstrar seu carinho por sua esposa, levantou e pegou o álbum de fotos dela. “Daqui em diante, deixe qualquer coisa com mais de um quilo comigo.”

Ângela bufou e se apoiou em seu ombro. “Por que está ficando paranoico também?”

Ele a ajudou a se sentar no sofá antes de começar a folhear o álbum de fotos. Gilberto saiu para atender a uma ligação, enquanto Dafne ocupou-se na cozinha.

Lá fora, o mundo estava coberto por uma camada de neve, mas, dentro de casa, estava quente e aconchegante.

“Oh, meu Deus! Mãe, por que incluiu uma foto minha com a fralda molhada?”

Ela cobriu a foto com as mãos e virou-se para o homem ao seu lado. “Você não pode ver esta.”

Richard sorriu e não protestou. Depois de virar a página, ele a viu com três anos, uma garotinha bonita vestida com um vestido de princesa. Parecia adorável.

Enquanto ele folheava as fotos, começou a desejar uma filha, uma que fosse tão bonita e fofa quanto à mãe.

Rafaela passou a manhã toda lendo. De repente, se lembrou do gatinho que viu com Renato da última vez. Ele não o levou para casa. Será que o deixou em uma loja de animais para que cuidassem dele em seu nome?

A versão dela ainda pequena tinha uma expressão bastante presunçosa e autoritária. Estava surpresa por Renato ter essas fotos.

“Por que ele guarda essas fotos feias minhas quando poderia ter guardado outras mais bonitas?”

Ela se sentou e começou a examinar o caderno. No entanto, percebeu que não era o caderno dele. Em vez disso, estava cheio de rabiscos e escritos desajeitados que pareciam ter sido feitos por uma criança de três anos.

Uma lâmpada acendeu em sua cabeça. Três anos de idade? Será que sou eu? É meu caderno da época em que estava aprendendo a escrever?

De fato, depois de folhear várias páginas, encontrou um rabisco quase ilegível de seu nome, Rafaela Santiago.

Seu coração deu um salto. Renato deve tê-la ensinado a escrever quando era pequena.

Era possível encontrar vestígios de amor gravados no tempo, afinal.