Quarto para você romance Capítulo 1278

“Kelly, você entende os números deste relatório?”, perguntou Bruna em tom baixo.

A jovem virou seu olhar para ela: “Você não entende?”

“C-Claro, entendo.” Na hora, fingiu estar confiante.

Em vez de tentar expor a situação da sua irmã, Kelly começou a prestar atenção na reunião de resumo e a tomar nota de quais setores eram lucrativos e quais não eram, assim como os métodos para equilibrar bem as receitas e despesas.

Por outro lado, era notável que a outra estava desinteressada e não conseguia compreender o que estava sendo discutido pelos gerentes ou o material das apresentações.

O encontro durou mais de duas horas e, ao seu término, Bernardo chamou as duas irmãs para o seu escritório. Ao ver o pai sentado no sofá, com uma postura tão autoritária quanto a de um grande executivo, Bruna ficou agitada.

Ela ficou surpresa com a distância e a inacessibilidade que seu pai aparentava, em especial considerando o quão amigável costumava ser em casa.

“Minhas filhas, estou interessado em ouvir seus pensamentos e opiniões sobre essa reunião.”

Bruna esperta sugeriu: “Kelly, vamos começar com você!”

Após refletir sobre o assunto, Kelly ofereceu seus pensamentos sobre transferências de pessoal e ganhos financeiros.

Bruna sentou ao lado da sua irmã e ouviu com uma expressão neutra no rosto. Quando percebeu Bernardo olhando em sua direção, murmurou: “Eu-Eu concordo com ela.”

Ele não era tolo e concordou com a perspectiva de sua filha mais velha. No entanto, ao ver o quão aflita e pretensiosa sua filha mais nova parecia, sentiu pena. Era culpa deles por ela nunca ter tido a chance de aprender a administrar um negócio como sua irmã havia feito.

“Tudo bem. Podem ir para casa agora!” o homem se levantou da cadeira, mas, de repente, se sentiu tonto e, então, se sentou de novo.

Embora a moça estivesse insatisfeita, conteve sua insatisfação. Então, concordou: “Está bem. Sei que não sou tão boa quanto a minha irmã.”

Essas palavras partiram o coração do homem, e buscou confortá-la, afagando sua cabeça: “Aos meus olhos, vocês duas são filhas ambas talentosas.”

De repente, Kelly sentiu uma enorme pressão sobre si. Costumava acreditar que seus pais ainda eram jovens e que seria capaz de desfrutar de uma vida despreocupada e alegre sob sua proteção, mas agora percebia que eles haviam envelhecido.

A desobediência deliberada já não era mais uma opção, e era hora de assumir responsabilidades para que seu pai pudesse descansar.

Bernardo insistiu que voltassem para casa. Enquanto saíam do prédio, suas filhas caminhavam lado a lado. Ao se aproximarem do carro de Kelly, sua irmã zombou por trás: “Kelly Souza! Deve estar se sentindo toda poderosa, não é?”

No momento em que a moça estendeu a mão para a maçaneta do carro, parou, virou-se e lançou um olhar sério para Bruna: “Por favor, pare de fazer afirmações tão ridículas. Papai não está se sentindo bem, e como suas filhas, devemos compartilhar parte de seus fardos.”