Rainha das Lágrimas: A Última Batida do Coração romance Capítulo 237

"Vamos tomar só uma tigela", Kermit persuadiu Orelia a comer alguma coisa.

"Tá bom", Orelia concordou com um aceno de cabeça.

"Já que você foi tão obediente, o que você quer comer amanhã?" Kermit perguntou, claramente mimando-a.

"Amanhã... Eu tenho que sair por um momento, depois voltar para Cidade Marina. Norminda e Amaury ainda estão na produção. Osíris..."

Osíris também ainda estava no hospital.

"Eu vou com você." A voz de Kermit não deixava espaço para argumentos.

Ele certamente seguiria Orelia, ele estava preocupado.

"Não precisa... Amanhã, eu preciso ir a um lugar sozinha." Ela não queria que Kermit soubesse sobre seu tratamento no hospital.

Ela não queria que ninguém soubesse sobre sua doença.

Kermit concordou com a cabeça, sabendo que Orelia precisava ir ao hospital amanhã.

...

No apartamento.

Venancio abaixou a aba do boné, entrando no prédio sem ser visto.

Orelia disse para ele ficar lá.

De alguma forma, ele também queria ficar.

Mesmo sabendo que era perigoso, ele ainda queria dar uma olhada.

Tirando a chave de debaixo do tapete, Venancio cuidadosamente abriu a porta.

Hesitante por um longo tempo, como se temesse sujar o chão com seus sapatos, entrou de fininho e colocou seus calçados num canto, olhando nervosamente ao redor.

Orelia não morou aqui por muito tempo, mas este ainda era o lugar onde ela viveu.

O apartamento estava limpo, ainda havia sinais da presença de Orelia.

Venancio foi ao banheiro e cuidadosamente colocou suas roupas sujas de sangue num canto, tomou um banho para lavar o cansaço do corpo.

Saindo do banheiro, Venancio olhou para a única cama do apartamento, ficando em silêncio por um longo tempo.

Pondo suas roupas no chão, Venancio se encolheu ao lado da cama e dormiu ali.

Venancio provavelmente pensou que Orelia não voltaria.

Pegando suas coisas, Orelia foi ao supermercado comprar roupas limpas para Venancio, medicamentos, muitos itens essenciais e roupa de cama.

Voltando para casa, Orelia arrumou tudo cuidadosamente, incluindo chinelos masculinos na entrada.

Trocou toda a roupa de cama, deixando um bilhete na cabeceira: "Eu sei que você dormiu no chão, agora você pode dormir na cama, a menos que não goste dos lençóis e da colcha que eu comprei."

Orelia sabia que Venancio não tinha tocado na cama.

Ele era cuidadoso demais, a ponto de ser doloroso.

Na caixa de medicamentos, Orelia também deixou um bilhete.

Ela sabia que Venancio estava ferido e com medo de ir ao hospital ou comprar medicamentos, receoso de atrair problemas.

Era difícil imaginar como Venancio passou esses dez anos.

Sozinho, escondendo-se, suportando feridas por conta própria.

Enchendo a geladeira, Orelia colou um post-it na porta: "Há leite, iogurte, frutas e verduras. Lembre-se de comê-los antes da data de validade para não desperdiçar comida."