Quando Osíris chegou, Dolores estava sentada no sofá, chorando de medo.
Ela realmente não esperava que as coisas tomassem esse rumo.
"Meu pai ainda está no hospital, será que ele vai ficar bem?" Dolores perguntou com a voz embargada.
"Agora está com medo? Se atreveu a se aproximar de Frederico, deveria ter pensado nas consequências." Osíris franzia a testa, dando uma olhada no relógio.
"Não é só a gente de Eurico que não vai deixar isso barato, os aliados de Nereida também têm medo que ela fale demais."
"Entregar para a polícia? Ela está disposta a se entregar." Kermit queria que Dolores se entregasse, pelo menos as pessoas de Eurico não ousariam persegui-la abertamente até a delegacia.
"Frederico assumiu toda a culpa, ela se entregar não adianta, e além do mais... Frederico, para me convencer a protegê-la, concordou em cooperar com a polícia na investigação sobre Eurico." Osíris acendeu um cigarro, parecendo surpreso.
Frederico, por uma mulher, chegou a esse ponto.
Eles conversavam na varanda, enquanto Dolores estava na sala de estar.
Mesmo que Osíris tentasse evitar, ela ainda assim ouviu tudo.
As lágrimas quentes caíam sobre o dorso de sua mão, e o arrependimento já era tarde demais.
Na verdade, ao longo de sua vida, a pessoa que mais a tratou bem foi Frederico.
Ele podia ser terrível, mas era bom apenas para ela...
Mas ela, desde o começo, se aproximou de Frederico com um propósito.
"Foi Nereida quem me usou, contra Frederico. Ela queria destruir Frederico, alcançar seu objetivo de vingança." Dolores respirou fundo, forçando-se a se acalmar.
Osíris olhou para Dolores. "Agora Nereida não tem medo de Eurico saber, porque sem a peça de Frederico, Eurico terá que focar em mim, Nereida com certeza vai negociar com Eurico, dizendo que pode me convencer a mudar de sobrenome..."
"Sonhar acordado, querendo lavar dinheiro de maneira legítima, loucura..." Kermit, claro, sabia o verdadeiro objetivo de Eurico.
Fazer seu filho, sem nenhuma mácula, assumir o Grupo Ramos, e aparecer de forma legítima sob o sol.
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