"Antes disso, minha tarefa era te seguir, então, seria bom você me tratar bem." Venancio encontrou um lugar para sentar e começou a saborear um pirulito com uma preguiça evidente.
Osíris tinha suas reservas sobre Venancio, mas rejeitar alguém enviado por Eurico pareceria um gesto demasiado intencional.
"Pr. Ramos, eu vim aqui para ser seu guarda-costas, não tem como cuidar da minha comida?" Venancio apontou para o horário em seu celular. "Já é hora do jantar."
Osíris franziu a testa. "Você não vai morrer de fome se pular uma refeição."
"Ah, é? Estou te incomodando? Isso é ótimo." Venancio sorriu friamente, decidindo usar isso como uma forma de retaliação contra Osíris.
"Todos esses anos, seja com os detetives que você contratou ou com os cães que não me largavam, eu também ficava irritadíssimo." Venancio continuou a irritar Osíris com uma voz grave. "Infelizmente, a roda da fortuna gira."
Osíris era uma pessoa que valorizava muito a quietude, e isso era uma das razões pela qual Orelia sempre acabava se sentindo injustiçada ao seu lado.
Ele era frio e reservado, não se expressava bem e tinha dificuldades em explicar seus sentimentos.
Mas Venancio era diferente, era como um louco, um louco apaixonado e cheio de cicatrizes.
Venancio falava demais. Durante todos esses anos, ele tinha sido um andarilho solitário, com poucas pessoas com quem conversar. Ele já foi um jovem alegre, mas então, de repente, caiu no inferno.
"Você pode ficar quieto agora!" Osíris, com dor de cabeça, entrou na sala de estar, tentando escapar de Venancio.
Mas Venancio, obviamente, estava fazendo isso de propósito, seguindo-o como uma mosca, constantemente irritando-o.
Osíris não queria se envolver em uma briga física com Venancio e, sem outra opção, entrou no quarto e fechou a porta.
Venancio sorriu, sentindo um prazer vingativo que o fez se sentir bem.
Já fazia muito tempo... que ele não se sentia tão feliz.
...
Na casa de Kermit.
Orelia estava sozinha em casa; Kermit tinha saído para resolver alguns assuntos.
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