Rainha das Lágrimas: A Última Batida do Coração romance Capítulo 393

"Então, você só tem o ensino fundamental?" Osíris disse com um sorriso forçado.

"Ensino médio! Eu que larguei a escola," Venancio retrucou, não aceitando aquilo.

"Que ainda é diploma de ensino fundamental," Osíris riu.

"Professor Ramos, percebo que você tem realmente uma língua afiada," Venancio também resmungou em resposta.

"Então, você estudou no fundamental um texto chamado 'A Irmã de Xangô'?" Osíris perguntou novamente.

Deve-se dizer que Osíris sabia como ser sarcástico sem precisar recorrer a palavrões.

Venancio ficou tão irritado que não conseguiu responder, preferindo ficar calado.

O que ele mais se arrependia agora era exatamente de ter abandonado os estudos!

Seu pai dizia que ele era um menino inteligente, que se esforçasse poderia entrar na USP. "Olha só, mesmo quando eu não estudava muito e me rebelava, sempre ficava entre os três primeiros da classe."

Venancio se arrependia profundamente. Se ele tivesse estudado... talvez o espírito de seu pai descansasse em paz.

Sem dizer mais nada, Venancio desviou o olhar.

A vida é feita das escolhas que fazemos.

Deveríamos pensar bem nas consequências de nossas ações impulsivas, pois uma vez que nos arrependemos, não há mais volta.

Osíris olhou para Venancio, decidindo não provocá-lo mais, percebendo que tinha tocado num ponto sensível.

Ele começou a ver Venancio sob uma nova luz, não o detestando tanto assim. Afinal, ambos eram pessoas dignas de pena.

Anteriormente, quando Venancio disse que eram similares, ele ficou furioso. Como poderia ser comparado a alguém tão desequilibrado...

Agora, ele via que talvez realmente tivessem algo em comum.

Ambos não eram adequados para Orelia, incapazes de trazer-lhe felicidade.

No entanto, Venancio sempre teve consciência disso, desde o início.

Já ele não tinha, sendo egoísta, caprichoso e obstinado.

Acreditava que seu amor era uma forma de proteção, pensando que Orelia não poderia viver sem ele.

As pessoas nunca devem ser excessivamente confiantes.

Neste mundo, todos podem seguir em frente sem os outros.