O Labirinto de Amor romance Capítulo 104

Eu franzi o cenho e perguntei:

- O seu sentido de pertença vem de mim?

Ele não abriu mais a boca, apenas ficou me encarando.

E como eu não entendi, também não falei mais nada.

Da Cidade de Nuvem até a Cidade de Rio tinha uma hora de duração. Nathan se deu ao trabalho de arranjar um assento ao meu lado, mas não falou nada o caminho todo, apenas ficou admirando a paisagem junto comigo.

- Próxima estação, Cidade de Rio! - o aviso do trem ecoou em alto som, e eu me levantei para pegar a bagagem sobre a minha cabeça. Mas a minha mão ainda não tinha encostado nela, a bagagem já tinha sido pega por um par de mãos brancas. Eram apenas roupas, não era muito pesada, mas também não era muito leve.

Nathan era mais alto do que eu, olhei para ele e estendi a mão querendo pegar a bagagem de suas mãos, dizendo:

- Agradeço!

Mas ele continuou segurando a bagagem com uma mão, enquanto a outra mão segurou a mão que eu estendi para pegar a bagagem. Eu franzi o cenho e tentei recolher a minha mão, mas ele me pressionou.

- Tem muita gente, é perigoso!

- Eu sei, solte a mão!

Ele não me soltou apesar de minhas várias tentativas de recolher a mão. No fim, a onda de pessoas nos levou para fora do vagão.

Tinha pessoas falando em voz baixa ao redor:

- Nossa, que homem bonito!

- Não fique babando, não vê que o cara tem esposa? E ela ainda está grávida.

- Verdade, que pena, queria ser aquela sortuda.

...

Nathan olhava para mim rindo.

Ignorando a sua expressão, eu abaixei o meu olhar e segui a multidão.

Tinha muita gente na saída. A minha barriga estava grande, mas com a proteção de Nathan, saí em segurança.

Saindo para fora da estação de trem, Nathan fez uma ligação e me levou para beira da calçada.

Eu fiquei um pouco impaciente, e disse:

- Já saímos, você já pode me soltar! Eu posso voltar de taxi.

Ele me lançou um olhar indecifrável e disse:

- Já mandei gente te buscar, vão te levar para sua casa.

- Não é preciso! - eu disse tentando arrancar os dedos dele da minha mão.

Ele continuou me segurando firme e forte, e disse num tom sério:

- Escute, as ações do Grupo Nexia caíram por uns dias. Apesar de ter sido pouco tempo, causou muitos danos aos acionistas. Você acabou de sair do Grupo Nexia, isso não elimina as chances de te procurarem para vinganças.

- Não precisa ficar me assustando, apenas foi uma semana de baixa para o Grupo Nexia, não é tão exagerado. - Eu disse. Mas na verdade eu não entendia nada do mercado de ações.

Ele me olhou como se estivesse olhando para uma demente.

Um Bentley preto parou em nossa frente. Ele não falou nada, apenas entregou a minha bagagem para o motorista que desceu do carro, e me puxou para entrar pela porta do banco traseiro.

Mesmo que tenha muitos táxis ao redor da estação de trem, mas eu não tinha cara de recusar essa carona uma vez que já estava na minha frente, isso seria muita frescura da minha parte.

Então entrei no carro sem dizer nada.

Nathan se sentou ao meu lado e disse ao motorista:

- Vamos para o restaurante Santo Sabor!

Eu franzi o cenho, dizendo:

- Já que não vamos para a Villa Fidalga, então vou descer e chamar um táxi.

E eu estendi a mão para abrir a porta, mas Nathan me segurou.

- Já é hora do almoço, mesmo que você não esteja com fome, deveria pensar nessa criança dentro da sua barriga.

- Voltando para Villa Fidalga, tem a Joana para fazer o meu almoço!

- Se eu não estiver errado, você nem vai conseguir comer quando voltar. Afinal, Guilherme ficou no hospital da Capital por duas semanas e você estava indiferente disso, que marido aceitaria uma frieza dessas?

Enquanto ele falava, se moveu para ficar mais perto de mim.

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