"Zzzzzz—"
O celular tocou, era um número desconhecido.
Victoria supôs que provavelmente seria algum dos homens interessados em Vanessa, querendo tirar satisfações, e atendeu a chamada.
De fato, a voz de André ecoou do outro lado da linha.
"Victoria, o que você fez com a Vanessa!"
Victoria ficou um tanto surpresa, "Você já foi solto?"
Havia uma nota de decepção em seu tom.
Ela tinha previsto que Gabriel não levaria adiante a questão de ter sido agredido por André, mas a liberação de André foi mais rápida do que o esperado.
E André interpretou mal essa decepção.
"Eu entendi, você aproveitou a minha ausência para fazer algo contra a Vanessa."
"Victoria, há um mal-entendido entre nós, se você tiver alguma dúvida, pode vir diretamente a mim. Por que envolver a Vanessa nisso?"
"Onde você está agora? Já pedi ao motorista que me leve até a entrada do hospital."
"......"
A voz absurda invadiu seus ouvidos, e Victoria afastou o telefone um pouco.
Seus olhos passaram pela janela, avistando o novo estacionamento em construção no hospital.
Era uma vasta área abandonada, coberta de ervas daninhas.
Lembrava um pouco o velho galpão onde o acidente ocorreu.
Na verdade, Victoria poderia simplesmente usar as imagens de monitoramento no modo "drone" para esclarecer a situação, o que também promoveria Carros da Coroa.
Mas André era realmente irritante.
Victoria, desde pequena, foi criada com uma personalidade tímida, que evitava conflitos e preferia evitar problemas, não gostava de confrontos diretos, preferia suportar.
Mesmo quando adulta, raramente demonstrava suas emoções negativas.
As pessoas frequentemente a elogiavam: temperamento bom, fácil de conviver.
Só mais tarde Victoria percebeu que isso não era um elogio.
As pessoas se sentiam confortáveis ao seu redor porque ela sempre as acomodava.
Agora, ela não queria mais suportar.
O segurança, ao ouvir isso, não a impediu mais e não alertou ninguém do hospital.
Afinal, era apenas uma jovem, quanto problema ela poderia causar?
Logo, os três protagonistas chegaram.
Ao se verem, todos exibiram expressões azedas.
"O que vocês estão fazendo aqui?"
"Eu é que pergunto!" Francisco falou em tom frio, "Se você tivesse lidado melhor com seus problemas emocionais caóticos, Victoria não teria dirigido para atingir Vanessa."
Ao ouvir Francisco chamá-la de forma tão íntima, os olhos de André escureceram:
"Francisco, estou avisando, Victoria é minha esposa, não se meta com ela."
"Esposa?" Francisco riu, "Tem certidão de casamento?"
André apertou os punhos, "Francisco, depois de tantos anos de amizade, você realmente precisa competir comigo por alguém?"
"Competir é a palavra errada, ela é sua para eu precisar competir?"
A atmosfera ficou tensa, como se uma fumaça de pólvora pairasse no ar.

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