Recasamento: Ele Me Planejou Há Muito Tempo romance Capítulo 28

Victoria sentiu como se tivesse sido atingida por um raio.

Em sua mente, ecoava a frase que dissera a Ramires ao telefone.

— Eu quero um filho, você me dá, irmão?

"Eu não sou..."

Victoria tentou explicar.

Mas Ramires tirou uma mala preta, abriu-a, e dentro havia roupas de menino e de menina, divididas ao meio.

"Não sabia se você queria menino ou menina, então comprei dos dois."

Victoria ficou chocada: "Ah?"

Ramires perguntou novamente: "Trouxe o RG?"

Ele pulava de um pensamento para o outro tão rapidamente que Victoria mal conseguia acompanhar, mas assentiu: "Trouxe."

Ramires murmurou um "hm" e disse ao motorista: "Hugo, vá para o cartório."

Victoria abriu ligeiramente a boca e perguntou inexpressivamente: "O que vamos fazer no cartório?"

"Você não queria um filho?" Ramires inclinou a cabeça, as sobrancelhas levemente arqueadas: "Eu sou uma pessoa bastante tradicional, sem casamento, não te posso dar um filho."

A cabeça de Victoria zumbiu, e só então ela entendeu o que Ramires pretendia fazer.

Ele queria se casar com ela?

Sua mente estava uma bagunça, e os seus pensamentos, lentos: "Não é isso, eu não queria um filho..."

Antes que pudesse terminar, Ramires apoiou uma mão no assento de couro e inclinou-se em sua direção.

Seu olhar transbordava uma pressão intimidadora, como nuvens escuras densas, prenunciando tempestade.

No entanto, seus lábios finos se curvaram em um sorriso: "Você está a dizer que me enganou?"

O silêncio no carro era assustador.

A garganta de Victoria se apertou.

A psicologia menciona o "efeito de concessão".

Mas os livros não diziam o que fazer se a outra pessoa aceitasse a primeira grande solicitação feita...

Pensando nos rumores sobre Ramires, que tinha as mãos manchadas de sangue, Victoria levantou três dedos, gesto feito próximo ao ouvido: "Não te enganei. Casamento, agora mesmo."

Ramires desviou o olhar, soltando uma risada.

Victoria: "..."

Quando o carro parou em frente ao cartório, os funcionários já haviam ido embora há muito tempo.

Victoria suspirou: "Irmão, não vamos falar com André sobre isso?"

"Falar o quê? Vocês são um casal?"

"Não."

*

De volta ao Alto da Colina, Victoria lavou o rosto com água fria, a frescura permeava cada centímetro de sua pele, trazendo-lhe uma sensação de realidade sobre os eventos do dia.

Ela abriu o almanaque e descobriu que Ramires estava certo.

Amanhã não era um bom dia para casamentos.

O próximo dia propício segundo o almanaque seria na segunda-feira seguinte.

Valéria tinha tirado o dia de folga, e a mansão estava vazia e silenciosa.

Victoria retirou o presente que Ramires lhe dera.

A caneta-tinteiro era linda, brilhava sob a luz e tinha um relevo delicado e romântico.

Na última vez que a viu no Shopping Vienciana, ela já se tinha apaixonado, mas o preço exorbitante a fez recuar.

Agora, sentindo o peso da caneta em sua palma, era como reencontrar um amor da juventude, que, mesmo após anos, ainda provocava ondas de emoção no seu coração.

Ela guardou o presente com cuidado, tirou a mala e começou a arrumar suas coisas.

Ela não ficaria por muito tempo no Solar da Montanha.

Sua bagagem era leve, uma mala de 22 polegadas nem estava completamente cheia.

Levava consigo não mais do que duas peças de roupa e alguns documentos. Ao encontrar a certidão de casamento com André, Victoria não hesitou em atirá-la na trituradora de papel.