Recasamento: Ele Me Planejou Há Muito Tempo romance Capítulo 291

O vestido longo de seda cor de névoa roxa envolvia suavemente o corpo de Victoria, cuja pele, branca como o leite quente, emanava um leve calor.

A sensação suave na palma da mão de Ramires era vívida, com o familiar aroma de gardênia preenchendo o ambiente.

Já não eram mais ilusões dos sonhos.

Desde o primeiro olhar, Ramires esperou pacientemente que Victoria crescesse.

Mas o destino foi caprichoso.

Ao saber da notícia do casamento de Victoria e André, Ramires realmente decidiu tratá-la como uma cunhada.

Um homem que respeita as tradições e a moral, não poderia agir de forma imprópria e desrespeitosa.

Ainda mais quando a pessoa em questão é sua cunhada.

Ramires preparou um cartão bancário, planejando entregá-lo como presente de casamento para o casal.

Até que soube que o verdadeiro motivo do casamento de André era forçar seu antigo amor a retornar do exterior.

Que moral e ética.

Que amizade fraternal.

Tudo isso se desfez.

*

Na celebração do 60º aniversário da Família Fernandes, Francisco e Gabriel acabaram brigando.

Alguém chamou a polícia, que chegou e levou os dois para a delegacia.

André e Vinicius também foram chamados para prestar depoimento.

A sala de transmissão ao vivo de Vanessa foi bloqueada.

Matheus Veloso e Paula Moreira foram levados para exames em uma clínica psiquiátrica.

O tumulto terminou temporariamente.

Na internet, as pessoas discutiam freneticamente, e os envolvidos apareciam repetidamente nos tópicos mais comentados.

Muitos fãs de Gabriel decidiram deixar de segui-lo, e várias marcas optaram por romper contrato com ele.

Após essa confusão, as ações das Famílias Veloso, Neves e Martins despencaram, evaporando seu valor de mercado. A liderança trabalhava até tarde da noite, discutindo estratégias, e seus já escassos cabelos estavam ainda mais ameaçados.

Entretanto, no subsequente lançamento dos novos carros Carros da Coroa, o modelo da nova série Aurora atingiu um número recorde de reservas, tornando-se o carro do ano.

No salão de festas, brindes eram trocados.

Ramires, como o herdeiro da Família Fernandes, era cercado por uma multidão, todos contatos importantes da Capital.

O Velho Sr. Fernandes, aposentado, estava sentado no sofá, observando os números de reservas que piscavam na tela, sorrindo de orelha a orelha.

Ele estava cada vez mais satisfeito com Victoria como sua neta por afinidade.

"Querida Victoria," o velho sorria afetuosamente, de algum lugar tirando um tabuleiro e peças de xadrez, "vamos jogar uma partida, eu te ensino!"

"!!!" O sorriso de Victoria congelou no rosto.

"O que foi, não quer jogar?" O Velho Sr. Fernandes franziu a testa.

"Ah, não é isso..."

Ao lado, Larissa não pôde evitar intervir.

"Vovô, a cunhada está cansada, se o senhor quiser jogar, pode encontrar outra pessoa!"

Quem quer jogar xadrez com um velho à noite?

Ainda mais um jogo onde ele recua três movimentos para cada um dado!

Claro, essa última parte ela não disse.

O Velho Sr. Fernandes, ao ouvir isso, assentiu: "Então você joga comigo?"

Larissa: "..."

Eles só desfizeram jogadas.

*

Como a nova gerente geral da Carros da Coroa, muitos se reuniram ao redor de Victoria.

No começo, as pessoas estavam interessadas em fofocas, mas quanto mais conversavam com ela, mais percebiam o seu profissionalismo.

Quando a conferência de imprensa estava quase no fim, uma grande mão pousou na cintura de Victoria, e um leve aroma amadeirado e frio pairou no ar.

Ao virar-se, ela viu Ramires, geralmente sério, com um olhar um tanto distante, como se tivesse bebido um bocado.

Embora sua embriaguez não fosse óbvia, Victoria sabia que ele sempre foi muito contido, e sua leve embriaguez indicava que ele havia bebido bastante.

Os olhos expressivos de Victoria revelaram preocupação, "Você está bem, quer que eu te leve para casa?"

Ramires assentiu com voz rouca, "Vamos para o andar de cima, quarto 5003."

Os olhos amendoados de Victoria mostraram dúvida, "Não vamos voltar para a antiga casa da Família Fernandes?"

Enquanto falava, os dois já estavam saindo do salão de festas.

Os olhos escuros de Ramires fitaram-na por um momento, seus lábios finos sussurraram em seu ouvido, "A casa velha não é à prova de som."

A voz rouca trouxe uma onda de calor que fez suas orelhas queimarem.

Antes que Victoria pudesse reagir, Ramires segurou sua mão e a conduziu até o elevador.

Assim que entraram no quarto, Victoria foi pressionada contra a porta de maneira brusca, o que a fez estremecer com o toque frio, seus olhos ficaram enevoados.

"Ramires..." ela começou a falar, mas foi silenciada por um beijo.

Logo, uma mão acariciava sua nuca, como se acalmasse um gato assustado, enquanto a outra a envolvia sob os joelhos, levando-a para o quarto.

Ela foi forçada a inclinar a cabeça, recebendo beijos delicados, e ao encontrar aqueles olhos intensos no escuro, percebeu—

Isso não parecia alguém que estava bêbado.