Além de Bárbara, que estava completamente descontrolada, repetindo incessantemente: "Eu sou a escolhida, não posso ser queimada!"
Os outros permaneceram tranquilos.
Havia até quem quisesse confrontá-la imediatamente e resolver a questão com essa "feiticeira".
Foi então que um ponto azul surgiu à distância.
Era Victoria que chegava.
Flávia arregalou os olhos de alegria e saltou do chão: "Victoria!"
Victoria acenou de volta, e mesmo através da multidão, seu olhar encontrou o de Ramires.
No entanto, ela não foi em direção ao grupo.
Ela seguiu para o outro lado, em direção a uma casa meio escondida por árvores.
Ninguém sabia o que ela pretendia fazer, então todos se levantaram e seguiram até lá.
Victoria encontrou um cadeado eletrônico na entrada, limpou o pó que o cobria e abriu a porta.
A luz fria e intensa iluminou o interior da estrutura de concreto.
Era uma estação de comportas.
"Comportas? Não há rio aqui, como pode haver uma estação?” Flávia questionou, surpresa, mas logo se animou: “Se abrirmos as comportas, podemos apagar o fogo, certo?”
“Sim.”
“Então por que você veio até aqui? Se é só um cadeado, poderia ter nos ligado para abrir, sua subida de moto me deixou apavorada.” Flávia ainda estava assustada ao lembrar da moto quase caindo.
Victoria não respondeu.
Bastava pressionar o dispositivo de trava e girar a válvula para liberar milhões de litros de água subterrânea através de oito saídas.
Os moradores locais viviam dos recursos da montanha, então, mesmo após a compra da terra por seu avô e mãe, eles não proibiram que os aldeões subissem a montanha.
Para prevenir incêndios florestais, construíram esta antiga estação de comportas.
Abrir as comportas liberaria água suficiente para apagar o incêndio.
Mas isso também significava que os campos medicinais cuidadosamente cultivados pela Família Novaes seriam destruídos.
Portanto, ela não podia permitir que outros acionassem a válvula e assumissem tamanha perda financeira.
Somente ela poderia fazer isso.
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