Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 170

"Você pode parar de encher o meu saco? Eles são meus pais, não os seus. Aliás, na sua própria casa está uma zona, não tá? Me deixa em paz, vou nessa."

"Vai na boa, eu já chamei a polícia. Se você vazar, aquela mulher vai acabar atrás das grades."

Rodrigo Pereira ficou parado no meio do passo, com uma expressão meio contorcida no rosto.

Patrícia Ribeiro estava decidida: "Vou mandar alguém te levar de volta e já aviso seu tio e sua tia pra te buscar."

"Você!"

Rodrigo Pereira falou isso e de repente a voz dele amoleceu.

"Deixa de se meter na minha vida, tá? Prefiro morrer de fome na rua a voltar praquela casa."

A janela do carro de Rafael Souza estava aberta. Na última vez que Patrícia Ribeiro tinha discutido com esse cara, ele também estava lá.

Mas o sotaque carregado de Rodrigo Pereira fez com que ele só entendesse o básico, e, de verdade, Rafael Souza não dava a mínima para os problemas da família dele.

Mas também não pediu pro motorista dar no pé, já que o coitado ainda estava se recuperando do susto que tinha levado.

Patrícia Ribeiro sabia que Rafael Souza ainda estava por perto e não queria continuar passando vergonha na frente dele, então fez uma ligação.

Pouco depois, um carro parou ali perto e dois seguranças grandalhões saíram. Eles agarraram Rodrigo Pereira como quem carrega um frango pela asa e amarraram seus braços e pernas.

Rodrigo Pereira nem imaginava que Patrícia Ribeiro faria aquilo, pensou em reagir, mas ao ver os músculos dos seguranças, perdeu a voz de medo.

Era o típico cara que é covarde e sem atitude.

Patrícia Ribeiro ligou de novo, dessa vez para o tio e a tia, avisando que tinha encontrado Rodrigo Pereira e que eles deviam ficar de olho pois ele seria enviado de volta.

José e Helena Mendes mal podiam acreditar e se deram conta de que deviam muito a Patrícia Ribeiro. Então Helena Mendes trouxe à tona a história do tal funcionário público.

"Patrícia, eu já fui atrás e descobri que o rapaz é um gato, não tem vícios ruins, quando você vai descer pra conhecer ele?"

Patrícia Ribeiro levou a mão à testa, esfregando-a, e sem querer encontrou o olhar de Rafael Souza.

Seu perfil era afiado e distinto, e a luz fraca do teto do carro brilhava em seus olhos. Talvez fosse a brisa noturna agradável, Patrícia Ribeiro ouvia a voz da tia ao telefone, mas sua mente estava em outro lugar, percebendo mais uma vez como Rafael Souza era realmente bonito, e ela queria desenhá-lo.

De cada fio de cabelo até a ponta dos dedos, tudo nele parecia cuidadosamente esculpido por Deus, o modelo perfeito aos olhos de quem desenha.

Patrícia Ribeiro dispensou a tia, fingindo ainda estar ao telefone, e colocou o celular à frente.

"Tia, depois a gente se fala, tchau."

Na verdade, o telefone já tinha sido desligado segundos antes. Ela abriu a câmera e tirou uma foto da postura de Rafael Souza naquele momento.

No instante em que o flash disparou e o som da foto ecoou, Patrícia Ribeiro quis sumir, de tanta vergonha que sentiu.

Rafael Souza arqueou as sobrancelhas, olhando para ela.

Seus dedos, apoiados na moldura da janela, tocaram levemente o espaço, com um certo refinamento fluído.

Ele não disse nada, sua expressão fria pausou por um momento, e um sorriso sutil apareceu em seus olhos.

Com o rosto em chamas, Patrícia Ribeiro mudou de assunto às pressas.

"Presidente Souza, então eu não vou mais te incomodar, desculpa por antes, qualquer dia desses te levo pra jantar, tá?"

Depois de falar, ela quase fugiu para o seu carro, pisou fundo no acelerador, desejando poder escapar da Terra naquele exato momento.

Por que diabos toda vez que encontrava Rafael Souza, acontecia uma dessas situações constrangedoras?

Quando chegou à sua nova casa no condomínio Vila Rosa, um nome cheio de romantismo que fazia o lugar ser conhecido como o cantinho dos filhinhos de papai para manter amantes, Patrícia Ribeiro mal saiu do elevador e já ouviu sons de beijos apaixonados. João Pereira e sua nova namorada estavam ali, na porta, dando uns amassos que pareciam não ter fim.

Patrícia se perguntou se não tinha conferido o horóscopo antes de sair de casa, pois a situação era constrangedora. Voltar para o elevador seria estranho, mas ignorar o casal e entrar em casa também não seria fácil.

Ainda bem que João Pereira tinha a cara de pau necessária e, percebendo que alguém se aproximava, se desvencilhou de Karen Barros.

"Amor, então eu vou nessa, a gente se vê amanhã."

Karen Barros se despediu ainda com o rosto todo vermelho de tanto beijar.

Só depois que João Pereira saiu, Karen Barros cumprimentou Patrícia Ribeiro, esfregando as bochechas avermelhadas.

"Penny, você está livre hoje à noite? Estou meio pra baixo, quero conversar, pode ser?"

Patrícia Ribeiro não era de muita conversa, ainda mais com alguém como Karen Barros, com quem não tinha muita intimidade.

Além disso, ela acabara de passar por aquele momento incômodo e só queria um tempo sozinha para esfriar a cabeça e pensar em como enfrentaria Rafael Souza na próxima vez.

Estava prestes a recusar, mas a próxima frase de Karen Barros a deixou sem saída.

"O João Pereira falou que você é amigona dele, super talentosa e capaz, disse pra eu me espelhar em você."

Com tantos elogios, Patrícia Ribeiro se viu sem palavras para recusar.