Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 223

Patrícia encarou a situação com um nó no estômago, mas logo emendou: "Pode deixar, não vou mais botar a mão no fogo, não compensa."

Cabeça baixa, Patrícia Ribeiro refletiu um instante antes de perguntar: "E o cara que vende piso de madeira de sândalo, tem algum conhecido seu na firma?"

José, que se virava num trampo até que digno e trabalhava num lugar com certa moral, tinha seus contatos, apesar do salário não ser aquelas coisas.

"Vou dar um toque aqui e te aviso quando souber de algo."

Patrícia só relaxou e voltou pro hotel com aquela promessa.

O plano era tomar um banho e cair na cama.

Mas ao sair do banho e dar de cara com aquele insetão preto em cima da cama, o sono sumiu. Acabou se enrodilhando nas próprias roupas e passou a noite numa cadeira, acordando com o pescoço num torcicolo danado.

Assim que o dia raiou, viu a mensagem de José, dizendo que o Velho Mendes ia para lá naquela mesma noite.

【Já falei para o Velho Mendes te buscar.】

Após engolir um caldo e devorar uma espiga de milho, Patrícia ficou de plantão na entrada do hotel.

O primeiro a chegar foi um Red Flag básico, nada que passasse dos duzentos mil.

Atrás dele, um Rolls-Royce, e Patrícia logo sacou: era o carro do Rafael Souza.

Será?

Antes que terminasse o raciocínio, lá estava o velho Mendes chamando Patrícia para o lado do Rolls-Royce.

A última tela que Patrícia pintou tinha ganhado um elogio do Presidente Souza, e já tinha até pegado uma carona com ele antes.

A janela do carro baixou, revelando o rosto de Rafael.

Mesmo ali, ele tinha uma pilha de papéis sobre os joelhos.

O relógio Patek Philippe no pulso, unhas bem aparadas, dedos longos e finos que, de tão pálidos, deixavam à mostra as veias da mão.

Aquela mão, tão cativante quanto o rosto.

"Presidente Souza, essa é a moça que pintou aquele quadro, vamos dar uma olhada no local e ela está indo pra lá perto. Só tem macho no carro e o fumo está solto, que tal levá-la com você pra não incomodar a menina?"

O velho Mendes falou com aquele jeitão sincero e um sorriso bobo no rosto.

Patrícia, de olhar atento, percebeu que Rafael apertou os documentos com a ponta dos dedos, provavelmente incomodado.

Ela ia recusar, mas ouviu a voz suave dele: "Entra aí."

A laranja tinha caído mais perto de Rafael Souza, mas Patrícia Ribeiro, consciente da lesão dele, se abaixou para pegá-la.

Enquanto se agachava, sua mão esticada inevitavelmente tocou o tecido do lado de fora da perna de Rafael Souza.

A respiração úmida atravessou o tecido e penetrou em seu ser num instante.

Mas Patrícia Ribeiro não percebeu aquilo, concentrada em alcançar a laranja. Depois de tatear um pouco, finalmente pegou a fruta e suspirou aliviada.

Levantou-se e ofereceu a laranja a Rafael Souza.

Ele, contudo, nem olhou para a laranja, sentindo seu coração bater desordenadamente. Franziu a testa, esforçando-se para ignorar a sensação.

"Deixa aí."

Patrícia Ribeiro pensou que ele não queria a fruta, mas, por educação, não a descartou; afinal, havia sido um presente e optou por deixá-la no lugar.

Ela então voltou a se sentar em seu lugar.

Uma atmosfera sutil se espalhou no silêncio, como um perfume sutil que se entrelaça no ambiente.

Rafael Souza baixou os olhos para os documentos, mas seu olhar parou na parte externa da sua perna, onde sentiu uma leve coceira, como se o calor do toque ainda permanecesse.