Assim que a frase foi dita, o ambiente ficou sutilmente pesado.
Rafael Souza segurava a xícara e deu um gole tranquilo no chá.
Enquanto isso, Patrícia Ribeiro se sentiu brevemente desorientada com a pergunta.
Mas rapidamente ela se recompôs, baixou os olhos com uma voz serena.
"É, mas não é nenhum aventureiro noturno, sai à noite e não volta para casa, meu marido já me ligou."
Ela falou, virando-se para Catarina Mello com um sorriso.
Catarina Mello ficou sabendo naquele momento que Patrícia era casada e se sentiu um pouco embaraçada, achando suas provocações desde ontem meio ridículas.
Ela pigarreou levemente e Daniel Mello aproveitou o momento para intervir.
"Catarina, pede desculpa para ela, não é assim que se fala. Ainda bem que a Penny é de boa e não leva para o pessoal."
Catarina Mello, então, sem querer continuar a provocação, apressou-se em se desculpar sinceramente.
"Desculpa, não sabia que você era casada."
Se soubesse que Patrícia era uma mulher casada, não teria provocado no dia anterior.
"Você é tão jovem e já casou, seu marido deve ser um cara incrível, né?"
Patrícia Ribeiro sorriu, parecendo muito contente com seu companheiro.
"Ah, no coração de todos, ele é o melhor."
Catarina Mello, ainda jovem e sem tato, provocou.
"Ou seja, no seu coração, ele não é o melhor?"
Patrícia Ribeiro apenas sorriu, sem responder.
Enquanto isso, Rafael Souza, sentado ao lado, mexia distraidamente na borda da xícara, como se não estivesse ouvindo a conversa.
Catarina Mello decidiu não tornar as coisas mais difíceis para Patrícia e seu sorriso se tornou genuinamente mais caloroso.
"Entendi, é como aquele ditado, amor idealístico e sina de nascença, certo? Seu marido é sua sina de nascença e você certamente tinha um amor idealístico antes."
Daniel Mello não se conteve e repreendeu: "Você fala demais, todo dia. Qualquer um ficaria louco com sua tagarelice. Penny, desculpe, eu que a mimei demais."
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