Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 547

Patrícia Ribeiro subitamente parou, mas ele recuou a mão, parecendo já estar delirando de febre.

Lá fora, a chuva caía incessantemente, criando uma densa neblina nas montanhas, tornando a visibilidade quase nula.

Mesmo que alguém estivesse procurando por eles, certamente levaria algum tempo.

Patrícia colocou mais lenha na fogueira, pensando que os vilarejos próximos deviam estar longe, caso contrário, os habitantes locais não precisariam armazenar lenha na montanha.

Ela colocou a mão na testa de Rafael Souza, que estava queimando.

Com um movimento suave, Patrícia enrolou o casaco seco dele e o colocou sob sua cabeça, apoiando-o contra a parede da montanha.

Em seguida, ela tirou a camisa seca dele, que tinha um buraco de bala nas costas, ainda sangrando e inchado.

Sem poder fazer muito mais, devido à falta de medicamentos e ao risco de infecção pela água, Patrícia rasgou a camisa em tiras e fez um curativo no ferimento.

Em seguida, pegou um pouco de água de nascente para umedecer os lábios dele.

Quando ela se sentou ao lado dele, Rafael, sentindo a presença dela, descansou a cabeça em seu ombro.

Patrícia olhava para as chamas crepitantes, lembrando-se de um dia em Aldeia Galina, quando também estavam sozinhos, mas naquela vez, enfrentavam uma tempestade de areia, enquanto agora era a chuva que os cercava.

A diferença era que agora ele estava inconsciente, vulnerável, longe do habitual Rafael Souza dominante.

Ela colocou mais lenha na fogueira, passando horas imersa em pensamentos.

A neblina do lado de fora ficou mais espessa e, com tanta chuva, nenhum helicóptero se atreveria a voar.

Patrícia se certificou de que a fogueira ainda estava acesa e, em seguida, deitou Rafael, colocando um pequeno travesseiro sob sua cabeça.

Entretanto, ele segurou seu pulso com força, como se temesse que ela fosse embora.

Patrícia decidiu se sentar ao lado dele, não se atrevendo a dormir por medo de que animais selvagens aparecessem.

Quando ela tentou se levantar para alimentar o fogo, Rafael novamente descansou a cabeça em seu colo.

Ela esticou as pernas, massageando suavemente as têmporas.

Aquele ambiente fazia com que ela refletisse sobre os recentes acontecimentos em sua vida.

Rafael estava se tornando uma presença constante.

Na última vez, o normalmente meticuloso Rafael queria visitar sua casa.

Era como um cachorro marcando território, como se ao fazer isso, tudo dentro daquele espaço se tornasse seu.

Ela baixou o olhar, examinando cuidadosamente seu rosto, passando os dedos sobre seus cílios.

Então, encostou-se à parede da montanha, imaginando quando seria a última vez que estariam juntos.

Um sentimento sutil de relutância surgiu em seu coração, uma vulnerabilidade comum entre as mulheres em relação aos homens que compartilham suas vidas, especialmente sendo este homem Rafael Souza.

Patrícia massageou o centro de sua testa, suspirando.

Os trovões ribombavam lá fora, transformando a chuva em um verdadeiro dilúvio.