Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 580

Patrícia Ribeiro virou-se abruptamente e entrou na mansão Serralvorada.

Daniela Teixeira quase caiu, se não fosse por um empregado ao lado para apoiá-la, ela realmente teria desmaiado ali mesmo.

Depois de ser ajudada a entrar no carro, ela não resistiu em ligar para Rafael Souza.

No entanto, Rafael Souza estava no hotel tomando banho e não atendeu a ligação.

Daniela Teixeira ficou furiosa no carro, xingando Beatriz Pereira e Patrícia Ribeiro.

Dentro da Serralvorada, Patrícia Ribeiro sentou-se calmamente à mesa de jantar.

Maria Monteiro lhe serviu um chá para acalmar os ânimos.

"Sra. Ribeiro, não fique triste, mesmo que você e o Sr. Souza se divorciem, eu ainda estarei aqui para cuidar de você."

As pálpebras de Patrícia Ribeiro tremiam ligeiramente enquanto ela baixava a cabeça para tomar um gole de chá.

Dona Maria suspirou.

"A Sra. Teixeira e a matriarca da família não gostam de você, mesmo que o Sr. Souza seja excepcional, casar nessa família só vai te trazer infelicidade. Se você fosse minha neta, eu também não gostaria que você pulasse nesse poço de fogo. Divorciar-se é melhor, essa mansão foi um presente de Vovô Souza antes do seu casamento, ele já tinha instruído que este é o seu patrimônio, ninguém pode tirá-lo de você."

Patrícia Ribeiro estava muito grata ao Vovô Souza, mesmo que o resto da família Souza não gostasse dela, somente Vovô Souza realmente se importava com ela.

"Dona Maria, obrigada."

Maria Monteiro suspirou e sentou-se ao lado dela.

"Além disso, se você e o Sr. Souza se divorciarem, quem deverá sair é ele. Então não precisaremos mais confinar o Zezé naquele quarto dos fundos. Sempre fico nervosa quando saio para passear com ele, com medo do Sr. Souza voltar. Agora poderemos viver bem."

Maria Monteiro ainda não sabia da morte de Lucas Ribeiro, e Patrícia Ribeiro não tinha contado a ninguém, nem mesmo o funeral foi ostentoso.

Embora houvesse notícias sobre o acidente de carro, a placa e o nome do falecido foram censurados.

Ela ainda precisava ir ao enterro do pai no dia seguinte, hoje realmente não tinha energia para discutir demais.

Depois do jantar, ela simplesmente deitou-se na cama.

Thais Dias enviou-lhe uma mensagem.

"Tudo bem?"

Thais Dias conhecia Patrícia Ribeiro há tanto tempo e sabia que quanto mais triste ela estivesse, mais gostaria de ficar sozinha.

Como amiga, bastava estender a mão sem hesitar quando ela ligasse pedindo ajuda.

Patrícia Ribeiro sentia os olhos pesados, mas também não conseguia dormir, já fazia dias que não dormia bem.

Thais Dias enviou outra mensagem.

"Diego Nunes não assinou com a sua empresa? A representação dele com a família Dias estava prestes a expirar, considerando que havia uma fila de celebridades de primeira linha esperando, mas eu fiz um escândalo com meu pai e conseguimos estender a representação por mais um ano. Fiz isso por sua causa, então não fique muito emocionada."

Ela estava tentando mudar de assunto deliberadamente.

Não queria que Patrícia Ribeiro continuasse imersa na tristeza pela perda do pai.

Como amiga de Patrícia Ribeiro, Thais Dias não havia vivido junto com Lucas Ribeiro aqueles dias de construir tudo do zero, mas são justamente esses dias que ficam marcados na memória.

Desde cedo Lucas Ribeiro sempre se mostrou exemplar, cuidando com atenção de Patrícia Ribeiro, a pequena amiga de infância.

Lá, encontrou as cinzas de Lucas Ribeiro junto com alguns objetos que seriam enterrados com ele.

Inicialmente indecisa sobre o que preparar para o enterro, ela encontrou em um esconderijo no quarto de Lucas alguns presentes que Beatriz Pereira havia dado a ele, itens simples como pulseiras de mão, um leque, e algumas cartas.

Olhando para o leque, Patrícia lembrou-se de quando era pequena e todos as crianças desejavam um helicóptero de bambu, que voava alto quando girado entre as mãos. Mas, naquela época, a família era muito pobre para gastar dinheiro em tais luxos.

Patrícia, sempre compreensiva, nunca expressou seu desejo por um desses brinquedos.

Até que um dia, ela acordou e encontrou um helicóptero de bambu ao lado de seu travesseiro, feito por Beatriz Pereira, que voava mais alto do que qualquer outro.

Os objetos de desejo da infância podem acompanhar alguém por toda a vida, mas esse helicóptero de bambu trouxe a Patrícia um sentido de riqueza espiritual.

Havia muitos momentos assim, quando a classe juntava dinheiro para doações, e a falta de contribuição era recebida com escárnio pelo professor, diante de todos os alunos. A autoestima das crianças pode ser surpreendentemente frágil, afetando-as por muito tempo.

Patrícia, temendo ser repreendida, não contou a Beatriz sobre a doação obrigatória, sabendo que não tinham dinheiro.

No entanto, antes de ir para a escola, Beatriz lhe deu uma moeda.

"Pequena Patrícia, ouvi que a escola está organizando uma arrecadação. Vi no noticiário, o terremoto foi grave. Leve este dinheiro como nossa contribuição."

Caminhando para a escola, Patrícia sentiu-se leve, como se pudesse voar, motivada pelas palavras de Beatriz.

"Quando você começar a ganhar seu próprio dinheiro, não esqueça de ajudar os outros. Pequena Patrícia é uma criança bondosa."

Naquele dia, a professora fez questão de elogiá-la enfaticamente, e ela finalmente não precisava mais se preocupar em ser repreendida assim que entrasse na sala de aula.

Agora, ao relembrar esse momento, Patrícia Ribeiro não está concordando com a professora, ela simplesmente se pegou pensando em Beatriz Pereira novamente.

Ela guardou esses pertences em uma caixa, sem ousar continuar com as lembranças, pois a partir de agora, ela realmente estaria sozinha nesta casa.