Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 717

Renato Souza deu um tapa que reverberou pelo cômodo, instaurando um silêncio sepulcral. Não era a primeira vez que Daniela Teixeira recebia um golpe dele. Cobrindo a própria face, ela desabou no chão, rompendo em lágrimas.

Rafael Souza, sentado no sofá, observava a discórdia e a agressão com uma indiferença glacial. Memórias fragmentadas cruzavam sua mente; as cenas de desentendimento entre os dois sempre foram uma constante. Desde sua infância, era assim.

Ele pegou a xícara de chá sobre a mesa, dando um gole, e até perguntou ao empregado ao lado, “Quando o jantar estará pronto?” Como se o caos à sua frente fosse incapaz de perturbar sua tranquilidade.

Percebendo a frieza do filho, o choro de Daniela Teixeira se intensificou, ecoando mais alto. Com vários empregados na sala, Renato Souza sentiu-se humilhado, “Se quer chorar, que vá chorar lá fora. Não perturbe nossa celebração de ano novo.”

Daniela Teixeira se ergueu e correu para a cozinha. Renato Souza suspirou aliviado, olhando para Rafael Souza, sentindo um profundo remorso. Somente após um incidente que afetou a mente de Rafael, ele percebeu o quanto havia negligenciado momentos importantes na vida do filho.

“Rafael.”

Disse apenas isso, quando Rafael colocou a xícara sobre a mesa. “Pai, podemos falar sobre isso depois.”

Renato Souza, que pretendia se desculpar, optou pelo silêncio. Os soluços de Daniela Teixeira ainda vinham da cozinha, ensurdecedores. Renato Souza suportou até que não mais pôde, levantando-se e pegando seu casaco.

“Não vou jantar em casa hoje.” Preferia a companhia simples de seus subordinados a permanecer ali.

Ao ouvir isso, Daniela Teixeira correu da cozinha. “Amor, não vá. Eu paro de chorar, fique para o jantar, é ano novo.” Daniela acabou cedendo, temendo mais a indiferença de Renato do que qualquer discussão entre eles. Mas a aversão de Renato por ela era evidente.

Renato involuntariamente olhou para Rafael. Havia tempos que não compartilhavam uma refeição juntos, mas Rafael também se levantou naquele momento. “Eu também vou.”

Nos últimos anos, estive ocupado com a carreira e nunca tive uma boa relação com esses dois filhos. No ano em que Ayrton Souza faleceu, o Vovô Souza se aposentou, e o peso sobre os meus ombros se tornou ainda maior. Alguém da família Souza sempre precisou estar no comando, caso contrário, nossa vasta herança certamente atrairia a cobiça alheia.

Não era realmente por causa de Beatriz Pereira, embora o assunto relacionado a Beatriz Pereira de fato me fizesse desgostar de Daniela Teixeira. Mas, afinal, Daniela Teixeira deu à luz a dois filhos. Só que, ao longo desses anos, foi Daniela Teixeira quem não conseguiu superar a barreira em seu coração. A cada problema, ela mencionava Beatriz Pereira e perdia o controle.

Eu já não tinha muitos sentimentos por ela, e tudo acabou se transformando em aversão. Renato Souza sempre foi uma pessoa racional, mas uma mulher que enlouqueceu por mais de vinte anos era algo que ele não suportava mais, por isso preferia se esconder fora de casa.

Quando Ayrton ainda estava vivo, os dois conversavam mais, pai e filho tinham uma sintonia perfeita. Após a partida de Ayrton e a aposentadoria do Vovô Souza, as responsabilidades que eu tinha que assumir aumentaram ainda mais.

Na última vez que voltei, percebi que a relação com Rafael Souza havia chegado a um ponto irreversível. Com os dedos inquietos no bolso, tentei me mover várias vezes, mas ao encontrar o olhar frio do meu filho, voltei a me concentrar seriamente no que estava à minha frente.