Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 75

Rafael Souza não deu resposta, sentindo um aperto súbito no peito, um nó que apertava por dentro.

No dia anterior, fora incriminado pelo cachorro dela, e um desconhecido o tinha xingado sem dó nem piedade.

Naquela madrugada, acabou perseguido até a Aldeia Galina para levar um banho de tinta. Por um momento, Rafael Souza quase acreditou que devia algo a essa mulher de uma vida passada.

Patrícia Ribeiro observava o semblante frio do homem e entendeu que aquilo não era uma alucinação.

Sabendo que tinha aprontado, tentou consertar as coisas: "O presidente Souza tem uma roupa reserva? Troca essa, que eu limpo pra você."

Rafael Souza olhou para a paleta de tintas nas mãos dela e deu alguns passos para longe.

Patrícia Ribeiro ficou parada, morrendo de arrependimento. Por que sempre esbarrava nele nessas situações?

Vendo que ela não o seguia, ele falou com firmeza: "Você não vai lavar para mim? Já que foi você quem sujou, você que tem que se virar”: "Ela apertou o passo: "Não estou fugindo da responsabilidade."

"Oitenta mil."

A voz dele era tranquila, o olhar fixo em seu rosto.

Patrícia Ribeiro demorou a entender que ele se referia ao preço da camisa.

Assustada, nunca na vida tinha vestido algo tão caro.

E agora, suja daquele jeito, será que conseguia limpar?

Com certa insegurança, prometeu: "Vou esfregar bem de leve."

Rafael Souza a observou com um olhar de quem cedia, lembrando-se dela enfrentando Bruno Cardoso na mesa de jogo, e estreitou os olhos.

Ele entrou no quarto e Rui, que esperava por ele, ao perceber Patrícia Ribeiro logo atrás, entendeu o recado e se mandou.

Rafael Souza desabotoou a camisa e a jogou para Patrícia Ribeiro.

Ela mal tinha entrado e sentiu o tecido cobrindo seu rosto. Com as faces coradas, tirou a camisa e observou o quarto. Mas logo, seu olhar se fixou.

Rafael Souza estava só de camisa, que agora tirara, deixando seu torso exposto, de costas para ela, com ombros largos e cintura fina. Um exemplo de proporção áurea.

Ela não pôde evitar fixar o olhar nele, admirando o contorno de suas escápulas, cada centímetro parecendo esculpido.

Pensou consigo mesma que ele era mesmo um favorito dos céus.

Quando Rafael Souza foi pegar outra roupa, sentiu o olhar intenso de Patrícia Ribeiro.

Seu olhar ainda estava na linha da cintura dele, onde se destacavam os músculos.

Dizer proporção áurea era dizer pouco; ele tinha um físico de modelo de primeira linha.

Patrícia estava tão fascinada que já pensava por onde começaria a desenhá-lo.

Até ouvir a voz grave dele perguntar: "Gostou do que viu?"

Não era a primeira vez que Rafael Souza fazia essa pergunta. Da última vez que Patrícia fixou os olhos nas mãos dele, ele também havia perguntado.

Ela assentiu, sinceramente, era uma imagem que valia a pena desenhar.

Rafael Souza se sentiu lisonjeado com a honestidade dela.

Mas ao lembrar que ela era casada, sentiu um desconforto.

Vestiu-se rapidamente e, com um tom mais áspero, disse: "Não vai embora?"

Patrícia voltou a si, pegou a camisa e sabia que era hora de deixar o lugar.

"Vai lá, Presidente Souza, vá descansar mais cedo hoje."

Rafael Souza não tava nem aí pro motivo dela estar ali. Na verdade, aquilo cortou o barato dele de dar uma volta pra espairecer.

Patrícia Ribeiro segurava a camisa e estava quase saindo, quando reparou que desde que se encontraram ele dava uma coçada na têmpora de vez em quando. E a camisa no seu colo tinha um cheiro forte de bebida, sinal de que ele devia ter exagerado no álcool e agora tava com dor de cabeça.

Quando a família Ribeiro tava começando a se estabelecer, Lucas Ribeiro vivia em função das socializações e sempre voltava pra casa com uma ressaca braba. A mãe sempre preparava uma canja pra curar a manguaça e fazia massagem na cabeça dele.

Depois que a mãe se foi, a pessoa que aprendeu a fazer essas coisas foi ela.

Por força do hábito, ela soltou sem pensar muito.

"Presidente Souza, quer que eu faça uma massagem na sua cabeça?"