Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 842

Houve um momento em que Patrícia Ribeiro pensou estar ouvindo coisas que não existiam.

A mão do homem a envolveu por um breve instante, antes de retirá-la com toda a gentileza.

Ela queria se virar, mas seu corpo parecia não responder.

Abriu a boca para perguntar algo, mas sentiu como se algo estivesse apertando sua garganta.

Sua mente estava um turbilhão.

Os passos se afastaram e, logo depois, voltaram para colocar nas suas mãos um pastel ainda quente.

O calor na palma da mão a trouxe de volta à realidade. Ela se virou, mas não havia ninguém.

Se não fosse por uma tigela de caldo de peixe derramada no chão e o pastel ainda quente em sua mão, ela teria pensado que aquela voz era apenas uma alucinação.

Caldo de peixe e pastel eram suas comidas favoritas enquanto fazia maratonas de desenhos na universidade.

Por serem práticos e também porque os vendedores, um casal, usavam ingredientes limpos e de boa qualidade.

Nesse momento, Patrícia Ribeiro não comeu, mas apressou-se em voltar, olhando ao redor.

Nada.

Absolutamente nada.

Ela queria gritar o nome dele, mas então lembrou que nem sabia seu verdadeiro nome.

Ele era como uma nuvem no céu, ela correndo embaixo, tentando alcançar. Mas a nuvem sempre parecia distante e às vezes até se escondia.

Se escondendo por anos a fio.

As pessoas acabam presas pelas coisas que não conseguiram na juventude, tornam-se remorsos que, ao reencontrar um dia, trazem uma alegria desenfreada, como ondas invadindo o coração.

Pode até não entender o que está sentindo, só quer encontrar, quer provar algo.

Ela procurou por toda UCapital, retornando ao local onde o caldo tinha sido derramado.

Ajoelhou-se para pegar a tigela de papel, jogando-a no lixo próximo.

Aquela forte sensação de insatisfação roía seu coração como formigas.

Assim, ela voltou para o carro e continuou procurando por mais duas horas, sem sucesso.

Quando retornou a Serralvorada, já era meia-noite.

O pastel havia esfriado, ela não teve coragem de comer, resultando em uma dor de estômago.

Ao abrir a porta, viu Rafael Souza sentado no sofá da sala, claramente descontente.

"Por que voltou tão tarde?"

Rafael Souza tinha um olhar orgulhoso e arrogante, e quando zangado, sua presença se tornava fria e severa.

Por um momento, Patrícia Ribeiro se sentiu como o marido que chega tarde em casa após uma noite fora.

"Houve um contratempo."

Ele pegou o pastel, franzindo o cenho, "Comida de rua?"

Patrícia não respondeu, tentou pegar o pastel de volta, mas ele o jogou no lixo.

"Na próxima vez, coma algo mais saudável. Vou pedir para Dona Maria deixar o jantar pronto para você."

Ele tentou segurar a mão dela, mas ela a puxou bruscamente.

Patrícia Ribeiro manteve o rosto fechado e não disse nada, caminhou até onde os medicamentos eram guardados e tomou um comprimido para o estômago.

Rafael Souza permaneceu parado na entrada, observando-a se movimentar sozinha pela cozinha, segurando-se para não perder a paciência.

"Eu só estou pensando no seu bem, se você não conseguir jantar a tempo, posso pedir que o hotel entregue a comida no seu escritório."

"Presidente Souza."

Patrícia Ribeiro bebeu mais um copo d'água e colocou o copo de lado.

"Você não precisa se preocupar comigo."

Mas, ao lembrar que essa pessoa havia renunciado a dez por cento das ações, sentiu que talvez tivesse sido dura demais em suas palavras.

"É melhor você cuidar de si mesmo e curar suas feridas o mais rápido possível."

Dito isso, Patrícia Ribeiro voltou para o seu quarto, mas ao levantar a cabeça, viu que Rafael Souza estava novamente parado na porta do quarto.

"Se você não gosta que eu me intrometa na sua vida, então não vou mais fazer isso. Você pode parar de ficar brava comigo?"