Reconquistando a Ex-Esposa: Paixão e Poder romance Capítulo 97

Ele franziu a testa, mas nem deu muita bola, e se virou pra ler uns e-mails do trabalho que tavam rolando online.

Na manhã seguinte, ele já tinha descido bem cedo, e Maria Monteiro apareceu com um café da manhã.

Rafael Souza deu uma olhada pela sala e não viu a dona da casa.

Maria Monteiro sacou que ele tava procurando algo e se apressou em falar.

"A dona Ribeiro ontem tava acabada, pediu pra não a acordar pela manhã."

Rafael Souza ligou os pontos com o Lucas Ribeiro que tava internado, ela provavelmente tinha chegado do hospital na noite anterior.

Mas o Lucas Ribeiro não tava dando uma de doente?

Ele esboçou um sorriso frio, terminou o café sem pressa e foi para o carro que tava estacionado do lado de fora.

Na sua primeira noite em Serralvorada, não tinha trombado com a esposa que nem tinha visto há três anos.

Será que ela tava se fazendo de difícil ou querendo chamar a atenção dele?

Se fosse a segunda opção, ela tinha mirado na pessoa errada, ele não tinha a menor queda por ela.

Nunca teria.

Ao chegar nos Souzas, Rafael Souza mandou o Rui:

"Na hora do almoço, compre umas paradas pra visitar o Lucas Ribeiro."

Rui concordou.

E lá em Serralvorada, Maria Monteiro esperou Rafael Souza cair fora pra bater na porta da Patrícia Ribeiro.

Patrícia Ribeiro já tava pronta, só no aguardo dela.

"Ele foi embora?"

"Sim, acabou de sair."

Patrícia desceu.

"Srta. Ribeiro, se você está fugindo do rolo por causa da dona Teixeira, quer que eu fale com o Vovô Souza?"

"Deixa esse assunto quieto, Dona Maria, eu gosto de você, então não vou ficar te escondendo, eu não gosto do Rafael Souza, casei por causa daquela grana do financiamento, e a dona Teixeira não gosta de mim por isso, tudo bem. Quando o vovô se melhorar, eu dou o fora no Rafael."

Maria Monteiro não tinha muito o que dizer, só concordou.

Depois do café, Patrícia Ribeiro pegou no presente pro Avô Souza e foi dar um rolê até a casa antiga.

O Velho tava contente por ter voltado pro Brasil, quando viu a Patrícia, se animou e se levantou.

"Patrícia, finalmente você apareceu."

Patrícia Ribeiro sentiu um peso na consciência e foi logo se achegando.

"Vô, foi mal, ontem meu pai teve um problema de saúde e acabei perdendo a hora do aeroporto. Trouxe isso pra você."

O presente que Patrícia Ribeiro deu pro velho não era uma coisa comprada por aí, pois pro Avô Souza não faltava nada. Ela deu um quadro que ela mesma tinha pintado.

"Ouvi dizer que você sempre gostou de 'A Primeira Missa no Brasil', aí tomei a liberdade de completar a outra metade que faltava, espero que não ache ruim."

Quando o Avô Souza falava com Patrícia Ribeiro pelo telefone, ele sempre lamentava que só tinha metade daquela obra 'A Primeira Missa no Brasil'. Mesmo assim, aquela metade já era uma obra de arte. Ao ouvir que Patrícia Ribeiro tinha feito a outra metade, os olhos brilharam.

O vô não ia tirar sarro de você, moleque. Sempre admirei seus dotes artísticos, tanto é que o Dr. Gabriel te aceitou como aprendiz.

Dr. Gabriel era a referência em pintura tradicional naqueles tempos, e a única discípula que ele tinha era a Patrícia Ribeiro.

Mas a Patrícia sempre foi de manter um perfil baixo. Nos últimos anos, quase não falou sobre ser discípula dele.

Aconteceu que o Dr. Gabriel e o Seu Souza se conheciam.

Ansioso, Seu Souza desenrolou o pergaminho.

Naquela metade danificada do rolo que o Vovô Souza guardava, só apareciam quatro pessoas sentadas numa tapeçaria luxuosa.

Só que o quadro original tinha sete figuras, e as outras três haviam se perdido.

Patrícia já tinha a ideia de restaurar a obra desde os tempos da faculdade. Diferente de outras pinturas antigas que apenas se desgastaram, aquela estava incompleta. Por isso, ela se dedicou a reproduzir as partes que faltavam, trabalhando nisso por anos a fio, até criar coragem de mostrar o resultado ao Vovô Souza.

Um sorriso satisfeito surgiu no rosto do Seu Souza.

"Se o Dr. Gabriel soubesse que você não está mais competindo, ele ficaria de coração partido."

Patrícia corou de remorso. "Vô, assim que terminar o que tenho em mãos, voltarei a pintar."

"Isso aí, não deixa teu dom pra trás. Gostei muito dessa obra. Vou mandar pendurar no escritório."

Patrícia sorriu, graciosamente satisfeita.

"Se você gostou, está ótimo."

"Patrícia, quando vocês pensam em ter um netinho?"

Logo depois a pergunta, Seu Souza começou a tossir e tapou a boca.

Seus olhos se turvaram, como se estivesse lutando contra o desconforto do seu corpo.

Patrícia, ciente da saúde frágil do velho, não ousou recusar. "Vô, prometo que será em breve."