Renascendo em Liberdade: A Reviravolta de Luciana Serra romance Capítulo 58

A insatisfação enraizava-se em cada fibra do seu ser, uma sensação de desconforto que a fazia acreditar que até mesmo seu conjunto de quatro peças estava manchado de impurezas invisíveis.

Tendo passado a noite ao lado da filha, somente após diversos tratamentos sua temperatura voltou ao normal.

Exausta, mas incapaz de relaxar, ela permanecia vigilante, concentrando toda sua atenção na pequena, a ponto de não perceber que seu celular havia descarregado. Quando finalmente o ligou, foi recebida por uma avalanche de notificações, entre elas, fotos enviadas pelo mordomo.

Ao ver uma mensagem de Valter Passos, preparava-se para responder quando ouviu a voz apressada de sua assistente.

"Dra. Serra, a Naiara acordou."

O coração de Luciana deu um salto, e ela se apressou de volta ao quarto do hospital, localizado no laboratório.

Enquanto caminhava, enviou uma mensagem de voz, confiante de que, agora sob os cuidados da família Serra e com Norberto Passos olhando por ela, nada de ruim aconteceria.

Ao chegar, deparou-se com a pequena Naiara, ainda pálida e fragilizada pela febre que a consumira durante toda a noite. Ao ver a mãe, a menina imediatamente fez bico, estendendo os braços finos em busca de consolo.

Luciana Serra abraçou a filha, beijando sua testa e bochechas, finalmente sentindo que seu coração preocupado encontrava algum consolo.

"Naiara, não tenha medo, a mamãe está aqui."

A pequena se agarrou ao pescoço de Luciana com força, e ela permitiu, abraçando-a apertado.

As duas caminharam lentamente de um lado para o outro no quarto hospitalar, o ambiente silencioso contrastando com o turbilhão de emoções que Luciana sentia.

A face macia de Naiara esfregou-se em seu pescoço, sua voz ainda fraca pela doença.

"Mamãe…"

Embora a febre tivesse passado, seu corpo ainda estava quente, e a criança, mais apegada do que nunca, mantinha seus braços firmemente ao redor de Luciana.

Depois de muito tempo, a filha, exausta, adormeceu nos braços de Luciana. A médica tentou gentilmente colocá-la na cama, mas os bracinhos da menina continuavam firmemente entrelaçados ao seu redor, resistindo à separação.

Sem outra opção, ela tirou seus sapatos e deitou-se ao lado da criança.

Após uma noite em claro, segurando sua pequena, Luciana também adormeceu rapidamente.

Durante a noite, Naiara acordou brevemente. Sem chorar ou fazer barulho, beijou a bochecha da mãe adormecida ao seu lado e voltou a se aconchegar.

"Pai, a irmãzinha está doente…"

Norberto e Valdir, aliviados ao saberem que Luciana e Naiara estavam a salvo, respiraram profundamente, sentindo o peso da preocupação diminuir, embora não completamente.

Desejando ver a mãe e a irmã o quanto antes, Valter e Valdir fizeram manha para Norberto Passos, pedindo para ficar alguns dias na casa da família Serra.

Afinal, a casa da família Serra estava bem equipada com mordomos, empregados e seguranças, tudo pronto.

Norberto sabia que ali, tanto quanto na casa da família Passos, os meninos estariam sob vigilância constante, seguros no caminho para a escola e de volta.

Luciana Serra contratou um segurança com uma aura imponente e habilidades excepcionais, cuja competência já havia sido comprovada anteriormente na Aldeia Ponte Chuvosa.

Era claro que Luciana, mesmo envolvida em sua batalha legal pela guarda dos filhos, planejava cuidadosamente cada detalhe para garantir a segurança e o bem-estar deles.

Para assegurar que as crianças não se sentissem sozinhas, Norberto Passos fazia questão de visitá-las à noite, jantando com eles antes de esperar que adormecessem para então partir.

Dada a súbita febre da filha, Luciana Serra permaneceu ao seu lado no quarto hospitalar do laboratório por cinco dias, aguardando a completa recuperação da menina antes de levá-la para casa.