Renascendo em Liberdade: A Reviravolta de Luciana Serra romance Capítulo 83

Para agradar ao paladar das crianças, cada espeto continha apenas três frutas, envoltas por uma fina camada de calda de açúcar, que estalava ao morder e não era excessivamente doce nem enjoativa.

Longe de ser o "lixo alimentício" que Norberto Passos frequentemente desdenhava, esses espetos ofereciam um prazer simples e direto.

Luciana Serra chamou seus dois filhos para entrar no carro, sem perceber que a pequena Naiara Serra tinha ido puxar a perna da calça de Norberto Passos.

Quando o homem se agachou, seus lábios finos tocaram uma camada de doce viscosidade que se grudava levemente. Seus olhos, antes imersos em pensamentos, se voltaram para Luciana Serra com uma expressão de surpresa.

Nos lábios...

Estava o mesmo morango caramelado que ela havia provado momentos antes, uma lembrança doce de um pequeno prazer.

Embora Naiara Serra não gostasse muito de Norberto Passos no momento, sua mãe havia dito que as coisas boas deveriam ser compartilhadas.

Mamãe e o irmão já haviam saboreado o morango caramelado, e então, com um suspiro relutante, Naiara decidiu oferecer também ao tio.

Naiara Serra disse: "Morde."

Ela abriu a boca grande para lhe mostrar como fazer.

O doce aroma de calda misturado com o frescor do morango invadiu suas narinas, e Norberto Passos mordeu o morango caramelado.

Não precisou de mais nenhum movimento.

Naiara Serra puxou o palito com firmeza e olhou furtivamente para Luciana Serra, ansiosa para ver se sua mãe estava observando.

Ao ver que não, ela então fez um bico para Norberto Passos e disse de forma ameaçadora, "Você, não pode maltratar minha mãe."

Norberto Passos: "......"

Segurando o que restava do morango caramelado, ela pulou de volta para o lado de Luciana Serra, estendendo a mão para ser levantada para o carro.

Vendo Norberto Passos com o morango caramelado na boca, Luciana Serra ficou ligeiramente surpresa.

Ao olhar para baixo, viu que na mão de sua filha restava apenas o último morango caramelado.

Não precisava pensar muito para saber que o morango caramelado na boca de Norberto Passos era o mesmo que ela havia mordido antes.

Embora Norberto Passos não fosse um aficionado por doces, e muito menos por algo tão doce e pegajoso como o morango caramelado, a situação revelava uma ironia.

Mas naquele momento!

Ele achou que, ocasionalmente, experimentar algo doce não era tão ruim, o sabor amargo que persistia em sua boca desde o hospital foi completamente substituído pela doçura do morango caramelado, até com um toque de doçura quase imperceptível.

"Se você deseja levá-los para casa, não há problema, mas primeiro, precisa limpar as 'pragas' que infestam sua casa."

Norberto Passos entendeu imediatamente: "Cecília Laureano ela..."

"Valter e Valdir são meus filhos, como mãe, não quero vê-los envenenados e desacordados novamente, estou errada?"

Os olhos de Luciana começaram a se umedecer, e uma sensação ácida se formava em seu peito, uma lembrança dolorosa dos dias em que eles estiveram no laboratório ZN.

Só de pensar nos dias em que eles estiveram no laboratório ZN, seu corpo começava a tremer involuntariamente, um sentimento de medo rondava seu coração.

Luciana Serra virou-se de costas, levantou a cabeça para evitar que as lágrimas caíssem.

Finalmente, voltou a encará-lo, com uma determinação inabalável que fazia cada palavra que ela proferia ressoar profundamente em Norberto Passos.

"Norberto Passos, eu te digo."

"Eu nunca vou deixar meus filhos morar com um assassino."

"Nunca, jamais!"