Retorno como a Tempestade: Laços e Verdades de Marina romance Capítulo 1138

Clara Rocha tinha apenas comido algumas coisas rápidas para o almoço, produtos substitutos de refeição que ainda restavam em casa, e estava ansiosa para voltar ao seu quarto e arrumá-lo com cuidado. Ela comprou um grande buquê de rosas frescas, ainda cobertas de orvalho, e mesmo antes de chegar em casa, já tinha planejado a surpresa que queria fazer para Nélio Castro. Ajoelhada ao lado da cama, ela começou a retirar cuidadosamente as pétalas das flores, espalhando-as sobre o branco imaculado do edredom no quarto principal. Decorar com as pétalas de rosa levou cerca de uma ou duas horas. Vendo que a tarde se aproximava rapidamente do horário que havia combinado de encontrar-se com Nélio Castro, ela acendeu as velas aromáticas ao lado da cama e correu para o banheiro para tomar um banho perfumado. Mal havia terminado o banho, ouviu o som do carro na garagem. Clara Rocha rapidamente secou o cabelo ainda úmido e limpou a pia antes de sair. O timing foi perfeito; o quarto estava banhado em uma luz suave, preenchido com o leve aroma de rosas misturado com o perfume favorito de Nélio Castro. Diante do espelho da penteadeira, Clara fez uma última verificação para garantir que estava irresistivelmente atraente. Refletida no espelho, ela viu seus cabelos castanhos levemente ondulados e úmidos caídos sobre os ombros, um vestido vermelho escuro de alças que deixava pouco à imaginação. Ela ajustou as alças para uma insinuação sutil de pele branca; um movimento errado ou um simples puxão revelaria mais do que o esperado. Ela sabia que não era mais uma menina; sabia como se vestir para ser irresistível para Nélio. A surpresa que ela preparou foi se entregar a ele naquela noite. Não precisava dizer mais nada; ela acreditava que isso já demonstrava sua sinceridade. Havia algo estranho no comportamento dele no dia anterior, mas ela também reconheceu seus próprios erros por agir impulsivamente e fugir sem dar a ele uma chance de explicar. Ela acreditava que, se ambos cedessem um pouco, poderiam reconciliar-se. Afinal, ela sabia que ele nunca tinha a intenção de magoá-la. Se não, ele não teria tomado a iniciativa de contatá-la para conversarem e resolverem as coisas. Então, para Clara, tomar a iniciativa de pedir desculpas não era um problema; não importava quem pedia desculpas primeiro. Afinal, ela o amava tanto. Ouvindo os passos conhecidos na escada, ela se virou e sentou na beira da cama. Seu coração batia um pouco mais rápido, afinal, seria a primeira vez com Nélio Castro. Mesmo tendo se preparado mentalmente inúmeras vezes, era impossível não sentir um frio na barriga. Quando ele abriu a porta do quarto principal, passando pela estante que bloqueava a visão da entrada, e parou a alguns passos dela, um olhar de surpresa brilhou nos olhos de Nélio Castro: "Você..." Ele não esperava que Clara Rocha já tivesse voltado. Subindo as escadas, ele percebeu que algo estava diferente, pensando que talvez houvesse um intruso em casa. Ao ver a arma que ele segurava, Clara Rocha não conseguiu evitar uma risada, levantando-se e caminhando em sua direção. "Pensou que eu fosse uma ladra?" perguntou ela, rindo, enquanto brincava com a ponta dos dedos na parte de trás da mão dele. Nélio Castro ficou tenso ao toque dela. Clara sentiu a tensão e delicadamente tirou a arma de sua mão, colocando-a em uma mesa ao lado, e então, segurou sua mão, guiando-o em direção à cama. Ele ainda vestia a mesma camisa branca da noite anterior, Clara notou. Ela o fez sentar na ponta da cama, e então, com um movimento suave, ajoelhou-se diante dele, de frente, sem dizer uma palavra, começou a desabotoar sua camisa. No silêncio do quarto, era possível ouvir a respiração de Nélio Castro se tornar mais pesada.