Retorno como a Tempestade: Laços e Verdades de Marina romance Capítulo 1146

"Foi um arranjo do Sr. Castro," disse o gerente de RH enquanto organizava os arquivos, respondendo de forma desinteressada.

"Ah..." Clara Rocha assentiu, continuando a perguntar: "Zé Pedro cometeu algum erro?"

O gerente de RH balançou a cabeça e respondeu: "O Sr. Castro não disse. Desde que ele entrou para a empresa, o Sr. Scholz lhe deu o poder de demitir funcionários à vontade. Ele nunca explicou os motivos das demissões anteriores, então também não nos cabe questionar."

Clara Rocha olhou para ele, sem dizer uma palavra.

Só quando o mordomo ligou para apressá-la, Clara Rocha voltou a si, pegou suas coisas e saiu do escritório de RH sem dizer uma palavra.

Ao sair, ela olhou para o escritório do vice-presidente do outro lado do corredor.

A pessoa trabalhando lá dentro já havia mudado, era um rosto desconhecido.

Clara Rocha se lembrou de que, sempre que Nélio Castro vinha à empresa para tratar de assuntos, ela encontrava uma desculpa para subir sorrateiramente e vê-lo. Nélio Castro sempre fechava as persianas com uma expressão de resignação, mas nunca tinha coragem de repreendê-la.

Parecia que tinha acontecido ontem.

No escritório, o novo vice-presidente viu Clara Rocha virar-se para ir embora com um olhar de desolação, retirou o olhar dela e olhou para o homem sentado atrás do sofá: "Você está evitando ela de propósito?"

Nélio Castro abaixou a cabeça, organizando os documentos de transição sobre a mesa.

Depois de um momento, ele respondeu baixinho: "Não é nada de propósito. Já que nos separamos, por que dar esperanças um ao outro?"

"Então, você vai deixar o Sr. Diego, Quinto e os outros saberem disso?" o outro perguntou com um suspiro.

"Antes de partir, eu vou contar a eles," Nélio Castro levantou os olhos, olhando para ele: "Peço que guarde segredo por mim."

"Falar em guardar segredo é uma formalidade desnecessária," respondeu o outro com um sorriso. "Deixar o Sr. Diego é para sair do Rio? Ou para evitar alguém?"

Foi só depois daquela noite, quando ele levou Clara Rocha para ver Beatriz Domingos, que recebeu uma chamada furiosa de Bianca Rocha, ele percebeu que cada ação sua e de Clara Rocha estava sob o controle da família Rocha.

Ele pensou que, estando com Clara Rocha por tanto tempo, a família Rocha gradualmente diminuiria seu preconceito contra ele. Até aquele telefonema, ele entendeu que o impossível era realmente impossível.

Não importa o quanto ele tentasse para ficar com Clara Rocha.

Ele não podia ser tão egoísta a ponto de mantê-la ao seu lado.

Ele não temia Bianca Rocha; ele também poderia revelar a verdade para Clara Rocha, mas era evidente que contar a verdade teria como consequência um rompimento definitivo dela com a família Rocha. Ele não queria que ela perdesse tudo por estar ao seu lado – seus familiares, seus amigos, a linhagem que ela sempre considerou seu suporte e motivo de orgulho.

Durante esses seis meses, desde que Clara Rocha se afastou daquele círculo social, ele não deixou de perceber os momentos de solidão que ela enfrentava ocasionalmente.

Bianca Rocha, ao cortar propositalmente os laços com Clara Rocha durante esses seis meses, não estava torturando Clara; estava torturando ele.