Retornou A Médica Divina romance Capítulo 292

"Naquela época, você já me disse que queria alcançar a liberdade dos morangos quando crescesse, e eles tinham que ser os maiores e mais doces."

Daiana não pôde evitar um sorriso, embora seus olhos estivessem um pouco úmidos: "Você ainda se lembra?"

"Claro que não esqueço."

Daiana pegou um morango e mordeu: "É doce, é o sabor que eu sempre esperei."

Iago olhou para ela: "Nana, eu desejo que você tenha tudo o que desejar nesta vida."

"Você também." - Daiana sorriu para ele: "Mas, Iago, eu tenho algo para te lembrar."

"Diga."

"Não tenho o direito de julgar se Otávio te trata bem ou não. Mas o que posso confirmar é que ele definitivamente não é um homem de bom caráter. Brinca com mulheres à vontade e tem vários filhos ilegítimos. Portanto, espero que você não tenha expectativas muito altas em relação a esse pai e espero que não acredite cegamente no que ele lhe diz e não faça tudo o que ele lhe pede."

Iago esboçou um sorriso tranquilo: "Eu já ouvi falar das ações dele, e assim como você, detesto pessoas assim. Mas, afinal, ele é o único parente que tenho neste mundo. Por mais desprezível que seja, tenho que aceitá-lo."

"Entendo, só espero que você não o idealize demais." - Daiana ponderou: "Mas, o fato de ele ter te trazido de volta para a família Rodrigues, te nomeando como presidente do Grupo Rodrigues, deve significar que ele te valoriza bastante."

Afinal, Otávio tinha muitos filhos ilegítimos por aí, e nenhum deles recebeu tal tratamento.

"Ele apenas acha que eu posso substituir Jacinto e administrar bem o Grupo Rodrigues." - Iago recostou-se na cadeira, seus olhos e sobrancelhas exibindo um ar de indiferença: "Ele está tendo dificuldades para gerenciar o Grupo Rodrigues, e eu sou apenas sua ferramenta."

"Mas, Nana, eu não tenho escolha, não consegui minha diplomação, não tenho experiência de trabalho, empresas comuns nem considerariam me contratar."

"Eu entendo."

Daiana, que também já havia enfrentado as dificuldades de encontrar trabalho, sabia o quão amargo isso poderia ser.

Iago olhou para os pastéis à frente dela: "Você vai jantar apenas isso?"

"Hoje, Lúcia não está, então qualquer coisa serve."

"E Jacinto?"

"Ele tinha assuntos para resolver, saiu."

"Onde você mora é sua escolha, claro que não vou ficar chateada." - Daiana disse: "Assim é até bom, podemos nos cuidar mutualmente. Se precisar de algo, é só falar."

"Certo."

Daiana foi tomar um banho e, assim que saiu do banheiro, deu de cara com Jacinto entrando no quarto principal.

De longe, Daiana já podia sentir o cheiro de álcool nele.

"Você bebeu, vou fazer uma sopa para curar a ressaca."

Antes que pudesse sair, seu pulso foi segurado por ele.

"Daiana" - a voz baixa e rouca de Jacinto soou: "não tem nada que você queira me dizer?"

"O que você quer que eu diga?"

Os lábios de Jacinto se contraíram levemente: "Iago se mudou descaradamente para o apartamento ao lado, e você não vai me explicar?"