Retornou A Médica Divina romance Capítulo 811

Ela caminhou até um canteiro de flores, afastou um arbusto de hortênsias e tirou um celular para ligá-lo.

Havia apenas um número no histórico de chamadas, e Daiana o discou.

A ligação foi rapidamente atendida. "Alô?"

"Agora podemos falar, certo?"

"Você foi rápida." A voz do outro lado começou. "Daiana, como você está? Se sentindo perdida depois da amnésia?"

"Você sabe que eu perdi a memória?" Daiana perguntou. "Quem é você, afinal?"

"Quem eu sou não importa. Eu só quero que você esteja bem, que não viva num mundo falso criado por outros ao seu redor."

Daiana franziu a testa. "Você quer dizer que as pessoas ao meu redor estão me enganando?"

"Seu irmão não chegaria a tanto, mas ele só te diz o que você quer ouvir."

"Por exemplo, ele te diria que você ama muito Jacinto, mas não te diria o quanto esse amor te faz sofrer."

Daiana perguntou, desconfiada. "O que você sabe? O que quer me dizer?"

"Isso depende se você quer saber ou não. Daiana, a verdade muitas vezes pode ser dolorosa."

Daiana ficou em silêncio por um momento antes de falar. "Diga-me, o que meu irmão está escondendo de mim?"

"Provavelmente muitas coisas... Como, ele nunca te diria que você já foi presa."

"Impossível." Daiana reagiu sem pensar. "Por pior que eu seja, não chegaria a cometer um crime."

"Você não é esse tipo de pessoa, mas a queridinha de Jacinto, a tal 'luz da lua branca', foi quem te levou à prisão, e foi Jacinto quem a ajudou a fazer isso." A voz do outro lado deu uma risada. "Sei que pode não acreditar, mas isto não é algo que eu inventaria. Você pode verificar."

O cérebro de Daiana estava uma bagunça, quase incapaz de pensar.

"Guarde este celular com cuidado, e me ligue se precisar. Mas se ele cair em mãos erradas, você nunca saberá o que quer descobrir."

Daiana olhou para o telefone desligado, sem voltar a si por um longo tempo.

"Senhora."

Daiana tomou um gole do leite de soja. "Eu posso confiar em você?"

"Claro." Dario respondeu sem hesitar. "Somos irmãos, não importa o que aconteça, eu nunca te machucaria."

"Então me diga, eu já fui presa?"

Dario franziu a testa. "Quem te disse isso?"

"Você só precisa responder à minha pergunta." Daiana olhou para ele seriamente. "Sim ou não."

Dario ficou em silêncio por alguns segundos, depois acenou com a cabeça. "Sim."

"Clang!" O som de uma colher caindo no prato ecoou.

Daiana empalideceu. "Foi Jacinto, por causa da sua amada 'luz da lua branca', que me mandou para a prisão, não foi?"

"Sim."

Daiana forçou um sorriso, enquanto as lágrimas giravam em seus olhos. "Que maravilhoso marido eu tenho, como pude ser tão cega a ponto de me apaixonar por ele!"