Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia romance Capítulo 114

Voltando ao quarto, Miranda Almeida pegou o precioso Elo Perpétuo de Horas, deixando-o fluir, brilhante e colorido, na palma da mão. Em seus olhos, uma profunda tristeza começou a se manifestar.

"Mãe, eu sei que estou morrendo. Ouvi sua conversa com a doutora. Mãe, sei que está sofrendo, que não quer me perder. Mas logo terei que deixá-la. Este Elo Perpétuo de Horas, sempre o usei, e agora o dou a você, para que ele fique ao seu lado no meu lugar."

Ela chorava incontrolavelmente: "Não, mãe não vai deixar você morrer, nunca."

"Mãe, não fique triste. Vou contar um segredo: usando este Elo Perpétuo de Horas, você pode ter sonhos maravilhosos. Sonhei que você estava com um tio bonito, e ele amava muito você."

"Mãe, o papai gosta mais da tia do que de nós. Então, não precisamos mais dele. Vamos retirar nosso amor por ele. Você deve procurar aquele tio bonito." As pequenas mãos fofas e macias secavam as lágrimas molhadas no rosto dela.

Naquele momento, ela estava inundada de tristeza. Não tinha ânimo para ponderar sobre as estranhas palavras da criança. Assim, o segredo do Elo Perpétuo de Horas passou despercebido.

"Mãe, você precisa usar o Elo Perpétuo de Horas no pescoço... nunca deixe que o papai ou a tia o enganem."

A criança, segurando o medalhão em seu pescoço, o colocou nas mãos da mãe. A perda de sua vitalidade a fez irradiar uma compaixão que não condizia com sua tenra idade.

Ela abraçou firmemente sua filha, mas a vida da menina, como areia escorrendo entre os dedos, escapava incontrolavelmente.

"Ah..." O grito de dor dela ecoou.

Era um sonho, ou realidade? Miranda Almeida já não conseguia distinguir.

A separação marcada profundamente, como se gravada nos ossos, uma vez despertada, fazia cada célula do seu corpo doer intensamente.