Se a Memória me Trai com Você, Escolho a Amnésia romance Capítulo 636

Roberta, com uma voz cheia de preocupação, aconselhava sua filha: "Rosa, é verdade que os laços de sangue são importantes, mas Leonardo Gomes é seu pai e, por isso, tem a obrigação legal de cuidar de você e ser bom para você. Comparado a esse amor paterno legalmente obrigado, o carinho do tio Rafael, que não tem nenhum laço de sangue contigo e nenhuma obrigação em relação a você, é muito mais precioso."

"Você deve ser grata pela bondade do tio Rafael. Deve retribuir essa bondade. Você deve tratá-lo bem e nunca fazer algo que possa prejudicar a reputação, ou até a vida dele."

Rosa estava deitada no colo de sua mãe, chorando: "Mamãe, eu entendi."

No entanto, o rosto de Roberta ficou ainda mais pesado.

Ela havia dado dicas tão claras, mas Rosa não entregou o pen drive que poderia destruir Roberto Gonçalves.

Ela sentiu uma pontada de frieza no coração.

Aquela Rosa, parecia que ela não a reconhecia mais.

Ela se lembrava claramente de que, em outra vida, Rosa era gentil, grata e compreensiva.

Roberta lentamente afastou Rosa, estendendo a mão: "Me dê o pen drive."

Rosa tirou o pen drive do bolso e entregou a Roberta: "Mamãe, este pen drive não foi fácil de conseguir, você deve guardá-lo bem."

O rosto de Roberta ficou pálido como neve. Ela nunca se sentiu tão distante de Rosa.

Com o pen drive na mão, ela saiu da presença de Rosa com uma expressão sombria.

Rosa virou-se lentamente, seus olhos escuros fixaram-se em Roberta, com uma expressão complexa no rosto. Algo que definitivamente não era apropriado para uma criança de cinco ou seis anos.

Roberta parou em frente a uma lixeira, mas hesitou. Colocou o pen drive na mesa e, de repente, pegou uma faca e cravou nela, destruindo o pen drive por completo.

Rosa, com um olhar de arrependimento, balançou a cabeça e se virou para sair.

Roberta voltou para o quarto, onde Roberto Gonçalves estava sentado na cama, lendo um livro.

Vendo a expressão abatida dela, Roberto Gonçalves tentou animá-la: "Venha para a cama. Eu já a aqueci para você."

Roberto Gonçalves ficou em silêncio por um longo tempo. Até que, quando Roberta estava prestes a perder a paciência, ele disse de repente: "Querida, é verdade."

O corpo de Roberta tremeu violentamente.

Ela olhou para o rosto sincero de Roberto Gonçalves, de repente segurou seu rosto e o beijou com força: "Eu não acredito. Nem que eu morra, não acredito."

Roberto Gonçalves a abraçou apertado: "Sinto muito."

Roberta, com os olhos cheios de lágrimas, murmurou: "Eu não permito que você desapareça do meu mundo, não permito que você me deixe. Nunca."

"Está bem. Eu não vou embora." Roberto Gonçalves a consolou, acariciando suas costas trêmulas.

No dia seguinte.

Roberta estava sentada em frente ao espelho, com olheiras profundas, parecendo um pouco perdida em seus pensamentos. Em uma das mãos, segurava um pente de madeira, passando-o distraidamente pelos cabelos.