Se você me ama romance Capítulo 118

Não disse nada enquanto me sentava um pouco tonta. Meu ventre doía e o sangue jorrava. Era bem provável que perdêssemos nosso filho.

Como vou explicar? Eu sentia dor, mas não era no ventre, e sim no coração.

Era como se algo estivesse preso na minha garganta e me sufocando.

Hendrix saiu da cama com as pernas bambas e foi para a espreguiçadeira. 

Eu não disse uma palavra, apenas olhei para ele sem demonstrar nenhuma emoção.

Ele pegou o telefone e limpou a tela com os dedos trêmulos. Depois de algum tempo, finalmente conseguiu completar a ligação.

"Ela está sangrando. Preciso de uma ambulância agora mesmo. Tem muito sangue", ele falou rápido, tremendo. 

Após desligar, ele cambaleou até o banheiro e saiu com uma toalha na mão, com a qual tentou estancar o sangue, ajoelhado.

Mas foi inútil, eu não parava de sangrar.

Ainda calma, eu o fitei, percebendo minha visão perdendo o foco.

Ele estava em pânico, sem saber o que fazer. Vi todos os tipos de emoções passando por seus olhos, mas não senti nada. Ele merecia.

Hendrix não me encarou durante todo o tempo e, quando percebeu que eu não parava de sangrar, tirou um conjunto de roupas do guarda-roupa e me ajudou a me vestir.

A mão dele tremia quando me levantou da cama.

Foi quando ouvi a sirene no jardim da frente.

Logo depois, algumas pessoas entraram no casarão com uma maca, onde Hendrix me deitou com o rosto cheio de emoções conflitantes.

Fechei os olhos, pois não queria vê-lo.

Mas permaneci bem acordada durante todo o trajeto até o hospital. Estava até mais lúcida na sala de cirurgia.

O processo não demorou muito e não foi difícil de suportar.

A distância entre mim e Hendrix estava ficando cada vez maior. Nosso relacionamento estava em um estágio em que nada poderia consertá-lo.

"Feche os olhos e descanse se estiver com sono. Faremos o possível para salvar a criança. Não se preocupe", o cirurgião me confortou.

Assenti com a cabeça e fechei os olhos.

Mas ainda estava acordada quando me tiraram da sala de cirurgia cerca de duas horas depois. Hendrix esperava na porta.

Ele estava pálido. "Ela está bem?"

"Que bom que ela foi trazida a tempo. Tanto ela quanto o bebê estão bem. Sr. Roberts, você precisa controlar seus impulsos. A sra. Roberts tem síndrome do ovário policístico e a probabilidade de conceber um bebê já é muito pequena. Esta criança é como um milagre, é melhor ter cuidado".

Hendrix assentiu. Fazia apenas algumas horas, mas ele parecia ter envelhecido muito.

Em seguida, fui levada para o quarto, e, como estava exausta, adormeci profundamente em pouco tempo.

No próximo dia.

Alguns ruídos me acordaram, e, quando abri os olhos, vi uma enfermeira trocando meu soro. Esfreguei os olhos e perguntei: "Qual é a comoção lá fora?".

"São o sr. Roberts e a srta. Burton. A srta. Burton queria entrar e ver você, mas o sr. Roberts não permitiu. Então ela está chorando lá fora."

Chorando?

Fiquei quieta. Afinal, o choro de Andrea provavelmente não passava de mais uma atuação.

Vendo que a enfermeira estava saindo, pedi: "Você pode chamá-los quando sair?".

Ela assentiu e saiu com o soro vazio.

Não demorou muito para que Hendrix e Andrea entrassem. Ela estava com um curativo na testa, herança do acidente da noite anterior.

Seus lindos olhos estavam vermelhos e, é claro, ela parecia frágil.

Logo que entrou, Andrea começou a representar, perguntando: "Arianna, como você está se sentindo?".

Sorri. "Bem, eu não morri. Lamento que seu desejo não tenha se tornado realidade."

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Se você me ama