Se você me ama romance Capítulo 74

Arnold olhou rápido para mim antes de dizer a Valerie: "Você tem procurado aquela criança todos esses anos, ainda não há notícias dela?".

Valerie abriu um sorriso fraco, provavelmente por ser uma memória trágica, e seu rosto delicado pareceu um pouco triste. "Mais de vinte anos se passaram, mas eu ainda não ouvi falar dela. Não sei nem se ainda está viva."

Arnold suspirou e a confortou: "Está tudo bem, não se preocupe. Mais cedo ou mais tarde, você a encontrará".

Nesse momento, percebi que tinha comido um pouco demais, pois, quando o peixe foi servido, meu estômago embrulhou.

Logo pedi licença e me levantei para ir ao banheiro.

Hendrix me seguiu e me puxou antes de perguntar: "Você está bem?".

"Estou bem, só me sentindo um pouco enjoada."

Após um tempo, olhei para ele e perguntei, curiosa: "Sobre quem a madame Lawson e o Arnold estavam falando agora? Ela não tem apenas um filho?".

Hendrix me puxou para fora do banheiro e me sentou na espreguiçadeira do corredor para descansar. Depois colocou a palma da mão no meu ventre e respondeu: "A madame Lawson se casou com o pai de Sawyer depois de se divorciar. Ouvi dizer que ela teve uma filha e o ex-marido perdeu a criança. Desde então, ela procura pela criança".

Ele manteve a mão no meu ventre o tempo todo enquanto falava. Abaixei a cabeça para fitar a rara expressão gentil em seu rosto e falei com um sorriso: "Hendrix, você gosta muito de crianças?".

Ele sempre tinha me rejeitado no casamento, mas, desde que engravidara, estava me tratando de forma diferente.

Era possível construir o amor a partir da convivência em um casamento. Hendrix não se apaixonara por mim à primeira vista, nem tinha começado a me amar nos últimos dois anos. Mas o filho parecia ter mudado o que ele sentia por mim.

Sem dizer uma palavra, ele me puxou, e voltamos para a sala de jantar.

O encontro durou mais um bom tempo, e comemos por várias horas. Quando saímos da mansão Pearis, já estava escuro, e eu estava com sono.

Adormeci logo após entrar no carro.

Quando chegamos ao casarão, Hendrix não me acordou, em vez disso me carregou até o quarto.

Acordei no dia seguinte com o telefone tocando, e ele não estava mais ao meu lado.

Congelei por um segundo antes de atender a chamada. Era Monique.

"Baby, estou livre, estou livre!" Ela estava animada  e ofegante. Provavelmente correndo enquanto falava comigo.

Fiquei surpresa e perguntei: "Você foi declarada inocente depois da investigação policial?".

"Mhm, o policial me disse esta manhã que a metanfetamina encontrada no meu guarda-roupa não era suficiente para me condenar. Ele disse que muitas pessoas usam essa quantidade para fins medicinais, então me deixaram sair."

Fiquei feliz com a alegria dela. "Isso é bom. Vá para casa descansar. Vamos sair para comer esta noite."

"Oba! Quero comida japonesa, coreana, churrasco..." Ela exigiu vários tipos de comidas e me fez rir. "Tudo bem, tudo bem. Vá para casa dormir, rápido. Ligo para você quando sair do trabalho."

"Ok!"

Depois de desligar, eu me senti muito melhor.

Quando crianças, ouvimos da professora que precisamos ser justos, e que o mundo é preto ou branco. Mas isso não é verdade, e, quando crescemos,  percebemos que o mundo é cinza.

Então, quando julgamos uma pessoa, não podemos simplesmente rotulá-la como boa ou má.

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