Sem esperar tal resposta, a funcionária olhou para Victoria e depois para Arthur enquanto perguntava cuidadosamente: “E você, senhor?”
Ao perguntar, viu um brilho de esperança nos olhos do homem. Contudo, ele não a olhou e respondeu com indiferença: “Faça o que ela diz.”
Deste modo, parecia que ela não conseguia fazê-los mudar de ideia. Logo, a atendente não disse nada e os ajudou a terminar o divórcio em silêncio.
Assim que o documento foi carimbado, a funcionária empurrou-o na direção dos dois. Victoria e Arthur ficaram ali, olhando atordoados para os papéis por um longo tempo antes de pegarem suas cópias. Depois, deixaram o Gabinete de Assuntos Civis.
Após sair do prédio, a jovem sentiu a brisa fria do inverno vindo em sua direção, soprando em seus cabelos e arranhando suas bochechas como se fossem cortes de papel. Enquanto segurava os papéis do divórcio, estendeu a mão para Arthur e falou calmamente: “Obrigada por cuidar de mim todos esses anos.”
No entanto, ele não segurou sua mão e nem a olhou, apenas saiu depois de dizer: “Você finalmente está livre.”
Ali estava Victoria, sozinha, enquanto a entrada do Gabinete de Assuntos Civis parecia tornar-se mais barulhenta.
Seu cabelo macio se bagunçava com a brisa do inverno, parecendo úmido e frio ao bater em seu rosto. Logo, as lágrimas correram por sua face incontrolavelmente como uma cachoeira.
Ela havia passado os últimos dias se preparando mentalmente e pensou que não se importaria, mas quando o momento chegou, sentiu como se seu coração tivesse sido arrancado do peito. Foi sufocante.
As pessoas entravam e saíam do prédio. Alguns estavam felizes se casando, enquanto outros se encontravam desanimados por terem se divorciado. Era comum que pessoas como Victoria, que choravam bastante, aparecessem ali. Muitos casais terminaram com desavenças, mas mesmo se separando, choravam pelos momentos felizes que passaram juntos. Portanto, não era incomum que pessoas como ela soluçassem em frente ao prédio.
A pequena diferença estava em sua beleza. Ela usava um casaco branco com o cabelo caindo sobre os ombros e tinha a pele branca como a neve. Quando chorava, seus olhos e bochechas ficavam vermelhos, o que a fazia parecer delicada e frágil. Isso fez com que todos os pedestres a olhassem.
Quando Suelen ligou, Victoria estava chorando histericamente ao telefone. “Sim... N-Nós nos divorciamos. Acabamos de nos separar.”
A amiga estava no meio do trabalho, mas quando a ouviu chorando, parou imediatamente o que estava fazendo e foi pedir licença ao chefe. “Miga, pare de chorar, ok? Onde você está? Irei te buscar agora.”
Victoria permaneceu exatamente onde Arthur a havia deixado. “Estou na entrada do Gabinete de Assuntos Civis.”
“Tudo bem. Está frio hoje. Por que não encontra algum lugar quente por perto? Estou indo agora.” Após desligar, Suelen correu imediatamente para encontrar seu chefe.
Do outro lado, Victoria ficou onde estava e não deu ouvidos ao pedido da amiga. Naquele momento, suas pernas pareciam feitas de chumbo. Não porque não queria ir embora, mas porque não conseguia se mover.
A jovem ficou parada, pensando que só poderia andar depois que Suelen chegasse.
Após algum tempo, uma pessoa apareceu ao seu lado. Ela olhou para cima ao ouvir o barulho. Com seu olhar embaçado, a Selwyn só conseguiu perceber que a pessoa diante dela era magra e alta, mas não conseguia ver quem era. Contudo, olhou para baixo quando descobriu que não era sua amiga.
É… a voz de Bruno.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...