Arthur observou Victoria à distância. Ela estava encostada na lápide enquanto falava baixinho com Griselda.
Ele não conseguia ouvir o que era dito, mas a tristeza e o desespero que emanavam dela estavam lentamente o atingindo.
Victoria está do mesmo jeito que fiquei quando soube que a vovó havia falecido.
Não. Pensando bem, parece que ela está pior.
Aquela cena lhe trouxe de volta a uma memória de cinco anos atrás.
Victoria teve alucinações quando os médicos estavam operando Griselda, o que provou o quanto ela amava a idosa.
Arthur estreitou os olhos com o pensamento. Ele temia que visitar o túmulo de sua avó a perturbasse significativamente.
Pouco depois, o tempo piorou. Um trovão retumbou no céu.
Tenório olhou para cima e encontrou o céu mais escuro.
“Sr. Cadogan, vai chover. Devemos buscar a Sra. Selwyn e voltar para o hotel?”
Arthur ficou parado. Um momento depois, ele ordenou: “Traga-nos dois guarda-chuvas.”
Tenório queria dizer algo, mas acabou ficando em silêncio. Ele então se retirou e foi até o posto de segurança.
Poucos minutos depois, o rapaz voltou para o lado de seu chefe com dois guarda-chuvas pretos.
“Aqui está, Sr. Cadogan.”
“Dê um a ela.” Assim que Arthur terminou de dizer aquilo, uma ideia lhe ocorreu. Ele estendeu a palma da mão para Tenório e o parou. “Esquece. Deixa que faço isso.”
Então, ele caminhou em direção a Victoria com um guarda-chuva.
Ela estava sentada na frente da lápide sem dizer uma só palavra. Mesmo que o chão estivesse molhado, ela simplesmente se sentou lá.
O solo até sujou seu casaco de cor clara.
Arthur franziu a testa ao ver aquilo. Ele parou diante dela com um guarda-chuva na mão. “Choverá em breve.”
Infelizmente, Victoria não reagiu visivelmente às suas palavras. Ela continuou sentada com o rosto vazio.
A expressão dele ficou ainda mais profunda. “Victoria?”
Ela permaneceu em silêncio.
Outro trovão rolou e algumas gotas começaram a cair do céu.
A expressão de Arthur afundou. Ele se aproximou dela, protegendo-a com o guarda-chuva.
No entanto, a mulher não se moveu. Era como se ela não o ouvisse ou notasse o que estava acontecendo ao redor.
Tem algo errado!
No começo, era apenas uma garoa leve. No entanto, a chuva começou a apertar depois de algum tempo.
As roupas dela vão ficar molhadas se continuar aqui!
Arthur não podia mais esperar por sua resposta. Ele se abaixou e a pegou no colo.
Victoria era magra. Mesmo que ele não estivesse em sua melhor condição física, não era difícil carregá-la.
Ainda em estado de choque, seus braços estavam moles e ela parecia uma marionete sem vida.
Ao ver isso, Tenório correu até eles e ajudou seu chefe a segurar o guarda-chuva.
Uma vez que seu assistente estava ali, Arthur olhou para a mulher em seus braços.
“Qual é o sentido de ficar assim? A vovó se foi, ela não voltará, mesmo que você chore.”
Aquelas palavras foram duras e diretas. Pareciam perfurar o coração de Victoria como uma adaga.
Ela ergueu o queixo e fixou os olhos nele.
Mesmo sabendo que Arthur não tinha nada a ver com isso, ela não podia evitar o rancor que crescia dentro de seu coração.
“Isso é tudo culpa sua!”
Ele não esperava aquela acusação. “Como assim? O que você quer dizer com isso?”
É verdade! Não saímos do túmulo da vovó. Não devemos brigar na frente dela! Não posso perder a paciência aqui!
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...