No dia seguinte, Victoria, como sempre, levou as crianças para a escola como se nada tivesse acontecido na noite anterior.
Ela foi para a empresa em seguida.
Assim que chegou ao escritório, recebeu um telefonema de Flávia.
“Victoria, estava mesmo tudo bem ontem à noite?”
Embora tivessem dito uma à outra quando chegaram em casa, Flávia decidiu perguntar de novo ao pensar na expressão de Victoria na noite passada.
“Estou bem. Não se preocupe.”
“Tem certeza? Mas você parece—”
Victoria suspirou. “Estou bem, de verdade. Só que tenho assuntos para resolver. Te conto tudo assim que terminar.”
“Certo, então. Me conte assim que terminar. E não para a Suelen.”
A última frase fez Victoria rir.
“Tá bom, tá bom. Vocês duas serão as primeiras. Podemos fazer uma chamada em grupo, está bem?”
“Que bom.”
Satisfeita, Flávia desligou.
Ao fim da ligação, Victoria deu uma olhada na hora.
Faltavam ainda algumas horas para o meio-dia.
Mesmo sabendo que ficar ansiosa não ajudaria de forma alguma nesta situação, ela não conseguia trabalhar, não importa quantas vezes tentasse.
Mesmo sendo uma adulta que sabia que não devia deixar que as suas emoções entrassem no caminho do seu trabalho, não conseguiu evitar vacilar.
Ela de alguma forma conseguiu enfrentar a manhã, e quando chegou a hora do almoço, desligou o computador, pegou sua bolsa e correu para fora do edifício.
Mas quando chegou à porta, parou.
Não, não posso ir agora.
Era seu horário do intervalo agora, mas podia não ser hora do recreio das crianças ainda. Ela teria que esperar um pouco mais e cronometrar com cuidado sua chegada para que pudesse pegá-los em flagrante.
Se fosse mais cedo e acabasse sendo vista por Arthur, ele poderia optar por não aparecer na frente dela.
A razão trouxe Victoria de volta a si e ela voltou para sua mesa olhando as horas. Ela esperou até que desse a hora de sair do escritório.
Quando saiu, coincidentemente esbarrou em Henry, que foi vê-la.
“Reparei que não tinha descido, então vim perguntar se você quer ir almoçar junto comigo.”
Para sua surpresa, Victoria passou às pressas por seu ombro assim que ele terminou de falar e disse: “Não vou almoçar. Tenho um assunto para resolver ao meio-dia.”
Depois disso ela desapareceu como o vento.
Já estava longe de vista quando Henry virou a cabeça.
“O que poderia ser tão urgente para ela sair correndo assim?” Ele coçou a cabeça.
…
Quando Victoria chegou à escola, as crianças que não ficavam para o almoço já tinham ido embora. Por causa disso, os portões da escola estavam fechados.
Como a entrada estava vazia e silenciosa, Victoria logo notou outro carro — o mesmo carro preto que ela tinha visto antes — estacionado lá.
Como o tinha visto antes, e levando em consideração os acontecimentos recentes, tinha certeza de que pertencia a Arthur.
Sua intuição raramente a conduzia na direção errada.
Ela sentiu alguém observando-a de dentro daquele carro preto da última vez, mas como não tinha visto ninguém lá dentro, pensou que tinha imaginado coisas.
Mas agora estava convencida de que sua intuição sempre esteve certa.
Arthur estava mesmo dentro do carro.
Tal era o pensamento esmagador que consumia sua mente no momento.
Ela tirou a chave do carro do contato, saiu, fechou a porta e caminhou devagar em direção ao portão da escola.
Como ia buscar as crianças todos os dias, o segurança no portão da escola a reconheceu. Ele a cumprimentou quando a viu aproximar-se.
Cometi algum erro? Ou ele sabia que eu viria?
Coçando a cabeça, o segurança pareceu lembrar-se de algo quando de repente disse: “Ah, peço perdão. Quase me esqueci daquele homem. Ouvi dizer que ele costuma trazer o almoço do filho. Ele tem vindo com bastante frequência ultimamente.”
Com frequência? Trazer o almoço?
Comer juntos?, Victoria apenas zombou para si. Isso está fora de questão.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...