No hospital, Suelen cuidou de todo o registro, enquanto Victoria ficava sentada num canto, encolhida em desconforto. Quando terminou o que tinha de fazer na recepção, foi ver como estava e ficou ainda mais preocupada ao ver sua expressão de dor.
“Você está bem? Por que parece estar doente em vez de grávida?”, perguntou estendendo a mão para sentir sua temperatura.
Uma vez que confirmou que não estava com febre, suspirou aliviada. Se não está com febre, o desconforto é resultado dos enjoos e não de outros problemas.
Ao mesmo tempo, Victoria esfregou as palmas das mãos e riu baixinho. “Não estou me sentindo tão mal, só estou com sono e não quero comer nada porque estou enjoada. Só quero comer um doce.”
“Doce? Doce em excesso faz mal, ainda mais durante a gravidez. Vamos perguntar ao médico depois”, sugeriu Suelen.
“Está bem.” Victoria concordou com a cabeça.
Enquanto Suelen a observava concordar com tudo o que sugeria, notou que estava tão obediente que quase pareceu fofo, como se tivessem voltado para o tempo em que eram jovens. Embora adorasse Victoria, também sentiu pena dela. Podia sentir a solidão por trás de sua felicidade fingida e a angústia por trás de sua obediência. Deve manter esses sentimentos enterrados no fundo do coração. Arthur devia estar ao seu lado fazendo todas estas coisas com ela, mas agora... provavelmente está no hospital com outra mulher.
Um nó se formou em sua garganta, diante do pensamento, então estendeu a mão e acariciou a cabeça de Victoria. “Não se preocupe. Estarei sempre ao seu lado, aconteça o que acontecer.” Vai para o inferno, Arthur. É melhor não arrepender depois!, xingou-o para sem parar.
As duas passaram quase a manhã inteira no hospital entre exames e atendimento e, quando saíram, já era meio-dia. A aparência de Victoria parecia ainda pior.
Suelen deixou que se apoiasse nela e a levou para fora do prédio. “Graças a Deus você não está doente. Estaria ainda mais preocupada agora. Vamos encontrar um lugar para comer alguma coisa primeiro.”
“Está bem. Vamos comer um docinho.” Victoria parecia desanimada.
Suelen ficou pasma e disse: “Até podemos, mas você não ouviu o que o médico disse? Mesmo que goste, não pode exagerar. Caso contrário, pode afetar os índices de diabetes gestacional.”
Com o lembrete, Victoria, impotente, desviou o olhar. “Eu sei, mas estou com vontade.”
Quando Suelen a viu assim, suspirou para si. “Está bem. Vou abrir uma exceção hoje, mas tem de ter cuidado. Obedeça às instruções do médico, entendeu?”
“Eu sei.” Sua voz era suave, como a de uma criança, amável e submissa.
Mesmo assim, a moça apertou os lábios com força, com os olhos cheios de preocupação.
Ao longo dos últimos tempos, sempre que se encontravam, Victoria mostrava-se cada vez mais capaz de controlar muito bem as emoções. Suelen, porém, sabia que, no fundo, não exteriorizar algumas emoções não significava que não existiam. Como a dor no coração de Victoria. O fato de não a expressar não queria dizer que não estava lá.
Sabia que aqueles sentimentos só se acumulariam e a machucariam ainda mais. Acabaria por explodir um dia. Não podia prever quando esse dia chegaria, e, ao olhar para sua amiga, soube que nem mesmo ela sabia quando suas emoções irromperiam.
Afinal, o que havia acontecido noite passada mostrava que aquelas pessoas guardavam ressentimento contra Victoria. Pensando bem... É compreensível que tenham tanto rancor assim contra ela. Afinal, tem dois anos que está casada com Arthur, mas e daí?
Aos seus olhos, aquilo era irracional. Victoria não é a amante aqui, e Claudia e Arthur não estão namorando exatamente, então quem são eles para julgá-la? Quanto mais pensava, mais se irritava, o que se refletia em os seus movimentos a cada garfada.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Segredos do amor
Só eu que desejo que Victoria fique com Bruno????...
Gostaria de saber se tem previsão para o término do livro!!??...