Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1002

Quando ouviu a voz de Jaques, Adriana ficou levemente surpresa.

Virou-se e encarou os olhos escuros do homem. Apesar de ainda manter uma expressão fria, havia algo sutil e indefinido em seu olhar.

Seus olhos brilhavam com uma ternura quase imperceptível.

Jaques entrou na sala caminhando devagar.

As senhoras que estavam sentadas no sofá logo se levantaram.

"Sr. Jaques."

"Não precisa de formalidade." Jaques falou num tom calmo, mas seus olhos não se desviaram de Adriana.

Ele parecia fazer de propósito: "Estavam conversando sobre namorado? Isso me soa um tanto familiar."

Ao ouvirem que Jaques achava familiar, as senhoras trocaram olhares, todas tentando adivinhar de quem ele estava falando.

Só Adriana ficou com as orelhas vermelhas de vergonha, querendo sumir dali.

Uma das senhoras disse: "A gente só queria apresentar alguém pra Sra. Guerreiro, mas aí descobrimos que ela já tem namorado, então perguntamos quem era."

"Mas Sra. Guerreiro descreveu tanto esse rapaz, ninguém sabe quem é."

Todas olharam para Adriana.

Ela apertou as mãos, incapaz de inventar mais desculpas.

Jaques comentou: "Se ela gosta tanto assim, claro que vai ficar sem graça de contar na frente de todo mundo."

Depois dessa, ninguém mais teve coragem de perguntar.

Uma senhora mais velha se levantou: "Já que o Sr. Jaques chegou, vamos deixar vocês à vontade pra colocarem o papo em dia."

Quando mencionou a palavra "irmãos", a expressão de Jaques ficou um pouco mais fechada, mas ele não disse nada.

Assim, as senhoras se despediram.

Adriana respirou aliviada e olhou para trás de Jaques: "E a Estela?"

"Ouvi dos funcionários que tinha visitas, então pedi pro Evaldo Castro subir com ela pra brincar um pouco." Jaques respondeu.

Adriana foi pegando as coisas, mantendo a calma: "Mãe, você sabe bem como é com a Família Torres. Quando tava grávida, você nem saía de casa de medo de acontecer alguma coisa. Eu também tenho medo. Assim tá bom, só me importa a segurança da Estela, o resto não faz diferença."

"E o Jaques, não faz diferença pra você? Depois de tudo que vocês passaram, nesses três anos, só eu sei o que ele fez. Só não quero ver vocês desperdiçando a vida."

Grávida, Victoria falava com uma doçura resignada, já via as coisas de outro jeito.

Adriana sorriu: "Vamos esperar mais um pouco, agora não é um bom momento."

Ultimamente, talvez pelo estresse, ela só tinha tido pesadelos, sentia que algo estava pra acontecer.

Victoria não insistiu, foi recolhendo as coisas que não podia mais usar. Parou em frente à prateleira de perfumes e apertou o nariz.

Antes eram seus xodós, agora só de chegar perto já sentia enjoo.

Tapando o nariz, ela disse: "Leva tudo, não aguento mais nem o cheiro."

Adriana ficou surpresa: "Tudo isso? Eu nunca vou usar, nem uso perfume."

"Leva pra mim, guarda lá. Quem sabe depois que o bebê nascer eu não sinta mais esse enjoo."