Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1057

"Como é que eu não vou ficar nervoso? Já estou quase virando queijo suíço de tanto furo."

Enquanto falava, ele puxou a manga da camisa e mostrou os ferimentos para Adriana.

Se não fosse por Adriana ter ouvido a conversa de Antônio com o amigo, ela também acharia aqueles machucados bem chocantes.

Mariza estava prestes a falar, mas Adriana segurou seu braço e se adiantou.

"Vamos entrar pra conversar, né? Ficar parado na porta assim, se alguém vê vai pensar que aconteceu alguma coisa grave com o Antônio."

"Tá bom."

Mariza lançou um olhar estranho para Adriana, mas não perguntou mais nada. Pegou a sacola de frutas e entrou no quarto.

O amigo do Antônio se despediu rapidamente e saiu.

Trancaram a porta.

Adriana foi direta: "Quem foi que te pegou? Não vem me dizer que foi engano."

Antônio abriu a boca, ficou em silêncio um tempo e respondeu.

"O Sr. Jaques não te falou? Quezia Nunes voltou. Dessa vez foi ela que me pegou, queria me forçar a colaborar com ela. Eu não aceitei, aí ela me deixou assim. Se não fosse o Evaldo e o Sr. Cristian aparecerem, acho que eu já era."

Mariza não conhecia Quezia, mas falou por instinto: "Ela queria o quê contigo?"

Antônio gelou na hora e olhou para Adriana, involuntariamente.

Adriana percebeu na hora que era com ela e perguntou: "Ela quer vir pra cima de mim?"

Antônio baixou a cabeça e assentiu, mas as mãos já estavam se fechando num punho.

"Depois que a Clarice Alves morreu, a Quezia perdeu o poder, até dentro da Família Nunes ela não tem mais espaço. Se quiser retomar o controle, vai ter que se aliar ao senhor, e você é o trunfo perfeito pra ela."

Ao ouvir isso, Adriana franziu os lábios.

Jaques tinha dito que Quezia, aproveitando o velório da Clarice, tinha fugido pra Suíça.

Como é que voltou do nada, sem avisar ninguém?

Ela não tem medo do Bernardo Alves querer cobrar dela?

Antônio se aproximou de Adriana e falou baixo: "Adriana, ela ainda falou da sua mãe."

O coração de Adriana disparou, ela ficou em silêncio, encarando ele.

"O que você está querendo dizer?"

"Você ficar aqui é perigoso demais, não só pro Sr. Jaques, mas também pra sua mãe. Sem contar que você tem uma filha. Antes você fazia o que queria, mas agora vai pôr a vida delas em risco?"

"Nono, fica calmo, senta um pouco e descansa."

"Cof, cof..."

Antônio tossiu duas vezes e pegou o copo d’água do criado-mudo pra beber.

Adriana falou com serenidade: "Você está certo, eu não posso ajudar em nada ficando aqui. Vou sair daqui nos próximos dias com o Diretor Alves."

"Que bom que entendeu." Antônio continuou a tomar o chá.

"As palavras dos outros eu até posso ignorar, mas as suas, quando é que eu não escutei?" Adriana sorriu.

Antônio parou de beber, quase deixou a xícara cair.

Escutar?

Adriana?

Ha!

Mariza, do lado, descascava uma maçã e resmungou: "Gente estranha."

Mal acabou de falar, a porta do quarto se abriu de repente.