Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1075

A longa lista foi lida até o fim e o pessoal do cartório também exibiu o vídeo em que Jaques fazia o reconhecimento oficial.

Enquanto o vídeo passava, Adriana mantinha os olhos grudados na tela. O homem ali era bonito, reservado, suas palavras eram claras, cautelosas e solenes.

De repente, um aperto doloroso tomou conta do peito dela.

Jaques havia pensado em tudo.

Ele insistiu em ficar com ela, mesmo sabendo que isso significava ser rejeitado pela Família Torres.

Só que, depois de tantos anos enfrentando aqueles que queriam tomar seus direitos, não seria nada fácil tirarem tudo das mãos dele.

A não ser que... ele morresse.

Que garantia era aquela? Só mais uma conversa para enganá-la.

Adriana desviou o rosto devagar, sem coragem de olhar mais nada.

Ela não podia demonstrar fragilidade ali. Precisava proteger tudo que Jaques lhe deixara.

O vídeo terminou e o silêncio tomou conta da sala.

Adriana olhou para o senhor e para Rogério.

"Os senhores têm mais alguma objeção? Agora as ações do Sr. Jaques são minhas. E então, acham que não tenho direito de me sentar aqui?"

"Claro, a não ser que consigam provar que o Sr. Jaques está vivo. Se conseguirem, abro mão da herança."

Ela tentou mover a cadeira, mas Rogério a segurou com força.

"O que foi? Vai querer trapacear? Pelo que sei, tem muita gente lá fora de olho nas ações do Grupo Torres. Se eu vender tudo, amanhã mesmo o grupo muda de sobrenome, né?"

"Então é melhor não mexer comigo. Todo mundo já viu do que sou capaz quando perco a cabeça."

Adriana olhou para todos.

Muitos ali já conheciam seus ataques de fúria.

Um a um, os mais velhos franziram a testa e transferiram a pressão para o senhor.

O rosto do senhor ficou rígido. "Rogério, sente-se."

"Sim, senhor."

Rogério largou a cadeira e voltou para o lado do senhor.

Logo em seguida, Evaldo e Cristian puxaram a cadeira para Adriana.

Ela se sentou devagar, ocupando o lugar principal, e encarou friamente cada olhar de descontentamento.

A postura dela lembrava alguém muito conhecido.

Jaques.

O silêncio persistiu por um instante.

Cesário, sentando-se ereto, foi o primeiro a retomar a palavra.

"Adriana, você pode até ter herdado tudo do Jaques. Mas o Grupo Torres sempre valorizou competência. Como pretende provar que está à altura do cargo que era dele?"

Adriana devolveu com calma: "O senhor quer que eu prove de que forma?"

"O trabalho que Jaques deixou, quero que você conclua em cinco dias. Se não conseguir, terá que abrir mão dessa cadeira."

Assim que ele terminou, os outros concordaram com a cabeça.

Rogério veio até ela.

Não demonstrava raiva, apenas a olhou com um sorriso enigmático.

"Adriana, você realmente me surpreendeu."

Sob o olhar de Rogério, Adriana apertou firme o apoio da cadeira, tentando manter a compostura.

Mesmo assim, o olhar dele a fazia estremecer por dentro.

Adriana inspirou fundo e encarou Rogério.

"Aqui é Diretora Guerreiro, Gerente Torres. Não somos íntimos, melhor cuidar das formalidades dentro da empresa."

Rogério sorriu: "Não adianta, Adriana. Esse lugar não é seu."

Com um sorriso disfarçado, virou-se.

A expressão dele inquietou Adriana.

Rogério não parecia tão furioso quanto ela imaginava.

Tinha algo errado.

Adriana passou a mão de leve no entalhe da cadeira, bem na frente dele.

"Esse lugar realmente não é meu. Pertence ao Sr. Jaques. Eu vou esperar ele voltar."

Rogério semicerrou os olhos e se aproximou, murmurando: "Espero que, daqui a cinco dias, ao ver o corpo dele, você continue tão firme assim."

"..."

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