Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1084

Adriana chegou pontualmente à Torre Torres.

Rogério vinha pelo corredor e, ao vê-la, claramente se surpreendeu.

Ficou óbvio que os perseguidores de ontem tinham ligação com Rogério.

Só que, naquela hora, Rogério estava com Justina às margens do Rio São Francisco, e ainda tinha sido fotografado pela imprensa.

Mesmo que ela o confrontasse agora, não adiantaria nada.

Adriana não queria dar atenção a ele, mas Rogério insistiu em se aproximar.

"Adriana, está tudo bem com você?"

À primeira ouvida, parecia preocupação.

Mas o olhar que ele lançou tinha outro peso.

Como se perguntasse como era a sensação de ser caçada.

Adriana sentiu o ar lhe faltar, como se uma rede invisível se aproximasse sorrateira por trás.

Não teve coragem de olhar para trás.

Apertou a bolsa, cravando os dedos até doer, usando a dor para se manter lúcida.

No instante seguinte, ela sorriu.

"O que poderia me acontecer?"

"Já você, Gerente Torres, vai ter bastante trabalho pela frente."

Rogério tentou segurar o sorriso, confuso.

Adriana arqueou as sobrancelhas e passou reto por ele.

Depois de alguns passos, virou-se: "Gerente Torres, lembre-se: aqui dentro, me chame de Diretora Guerreiro. Não tenha tanta pressa."

Saiu rindo, deixando Rogério sem graça.

Dessa vez, foi ele quem perdeu o sorriso.

Ficou parado, tentando entender o motivo do riso de Adriana, mas não conseguiu.

O assistente se aproximou.

"O senhor já ouviu falar que essa Adriana parece frágil, mas quando perde o juízo, até a mesa da Família Torres ela vira. Da última vez, pegou o carro do Sr. Tomás e arrebentou o muro da mansão, virou fofoca na cidade inteira. Nem o Sr. Jaques soube o que fazer com ela."

Afinal, famílias tradicionais são cheias de pose, quase nunca lidam com gente disposta a ir até o fim.

Rogério franziu a testa, entendendo porque o senhor odiava tanto aquela mulher.

Ela sempre surpreendia nos momentos mais inesperados.

Rogério demonstrou incômodo, mas assim que olhou para as câmeras, forçou um sorriso.

"O motorista errou, mas a família já recebeu nosso apoio financeiro. Não sei quem são essas pessoas, nem por que apareceram agora."

Primeiro, culpou o motorista.

Depois, se fez de generoso, dizendo que ajudou a família.

Por fim, insinuou que aqueles não eram parentes do motorista.

Os jornalistas se viraram para os ajoelhados.

A mulher de meia-idade se levantou, chorando e com sotaque carregado: "Dinheiro? Que dinheiro? Aqui ninguém recebeu nada! Mostra aí o comprovante pra todo mundo ver! Quero ver pra quem vocês deram! E quanto!"

Rogério ficou imóvel.

Claro que não podia mostrar nada—o valor pago era suficiente para silenciar uma morte.

Chamar aquilo de "ajuda" era absurdo.

Ele não sabia nem por onde começar a responder.

No grupo, a jovem ajoelhada chorava baixinho.

"Pai! Que injustiça, pai! Você morreu e ainda dizem que tinha inveja de rico! Agora esses endinheirados falam de dinheiro, mas aqui em casa a vó tá doente e não temos nem como comprar os remédios..."

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