Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1117

Quezia havia traído seus sentimentos e escolhido o interesse próprio.

As palavras de Adriana foram se dissipando aos poucos pelo quarto.

Um leve soluço escapou da garganta de Quezia.

"Eu... eu não tive escolha, precisei provar meu valor para eles."

Eles deviam ser da Família Nunes.

Adriana já ouvira Tomás comentar que a Família Nunes era conhecida por valorizar mais os homens do que as mulheres.

Embora Quezia fosse a filha mais velha, nunca teve a devida atenção em casa, chegando até a ser maltratada pelo irmão mais novo.

Ela acreditava que, se demonstrasse ser mais competente do que o irmão, finalmente ganharia o respeito da família.

No fim, virou motivo de chacota: diziam que, por mais capaz que fosse, só servia para trabalhar para o irmão mimado.

Por isso, Quezia se esforçou ao máximo para mostrar que era mais apta do que o irmão para comandar o Grupo Nunes.

E ela conseguiu.

Adriana levantou-se e olhou Quezia de cima.

"Diretora Nunes, você passou metade da vida tentando provar que mulher não é inferior a homem, mas o que você fez?"

"No fim das contas, virou justamente o tipo de homem que mais desprezava: menosprezou mulheres, usou mulheres."

Quando terminou de falar, Quezia abriu a boca, querendo dizer algo, mas se calou. Restou apenas o som de sua respiração difícil.

Então, com uma expressão de total incredulidade... ela se urinou.

Ela começou a soluçar baixinho, chorando.

Ninguém sabia se era por vergonha ou por revolta.

Naquele instante, Adriana, vendo Quezia naquele estado lamentável, não sentiu nenhum prazer por ter se vingado.

Virou-se e saiu do quarto, sem olhar para trás.

Durante todo o caminho, sentia-se distraída, ausente.

No meio do corredor, uma sombra caiu sobre ela.

Adriana olhou para o botão da camisa à sua frente. Antes que pudesse levantar o rosto, foi envolvida pelos braços de um homem.

Jaques murmurou em voz baixa: "Não precisa se forçar."

Tirando sua teimosia, Adriana nunca foi uma pessoa cruel.

Com o rosto encostado no peito dele, sentiu seu coração forte e regular, o que lhe trouxe um grande alívio.

Levantou o olhar e encontrou o olhar profundo de Jaques, fixo nela.

O rosto dele se aproximou cada vez mais, a respiração quente tocando seu rosto, até que os lábios pousaram em sua testa, num gesto de rara ternura.

"Está melhor?"

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