Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 120

Eunice já havia mostrado sua maldade para Adriana em uma vida passada.

Ela alternava entre duas faces com facilidade, atuando de forma impecável.

Naquela vida passada, Adriana tentava de todas as formas se explicar, mas agora ela percebeu que não precisava se dar ao trabalho com Eunice.

Enlouquecer seria suficiente.

Adriana largou o celular e pegou a cafeteira fervendo, virando-se bruscamente.

"Sua boca é tão venenosa, não se queimou o suficiente ainda?"

"A Sra. Amaral quer experimentar como é ser atormentada por uma louca aqui?"

"Eu estou jogando fora um salário, você está jogando fora sua própria imagem, a da Família Amaral e a do Sr. Jaques. Você pode se dar ao luxo?"

De fato, ao ver a cafeteira, os músculos do rosto de Eunice tremeram instintivamente, quase fazendo sua base sair voando.

Ela deu dois passos para trás, com um olhar feroz: "Adriana, não se ache tanto, você acha que ganhou?"

"No fim, o Sr. Jaques ainda vai pensar em mim e destruir todas as provas que você tem nas mãos?"

"Ele me ama, é por isso que faz isso. Para você... é apenas porque acha divertido ter algo que caiu de bandeja."

Ouvindo isso, Adriana apertou os dentes, engolindo a amargura que subia pela sua garganta.

Sim.

Eunice não estava errada.

Mas Adriana não se importava se Jaques a amava ou não!

Adriana sorriu levemente, movendo a mão que segurava o cabo da cafeteira: "Mostrar suas cartas tão cedo não é do seu feitio, está com medo de mim? Relaxa, estou mais do que ansiosa para ter você como minha tia, vai ser tão divertido."

"Você!" Eunice mal conseguia disfarçar sua raiva, encarando-a ferozmente, "Adriana, é melhor você não aprontar, senão eu farei o Sr. Jaques acabar com você."

Adriana se aproximou dela, segurando a cafeteira e, em um confronto silencioso, levantou-a.

Eunice era resiliente, apostando que Adriana não teria coragem.

Mas seus olhos traíam seu medo.

Quem pode ser mais louco que alguém com prova de sua loucura?

Isso era suficiente para Adriana.

No momento em que o café começou a ser derramado, Eunice prendeu a respiração, mas Adriana desviou a direção da cafeteira, servindo uma xícara de café para ela.

"Eunice, essa frase também é para você, não quer ser jogada para fora da porta da Família Torres na próxima vez, né?"

"Tem mais alguma coisa? Se não tiver, preciso servir café para outras pessoas."

Adriana acenou com a mão.

Eunice, com o peito subindo e descendo, saiu rangendo os dentes.

Ela nunca havia perdido!

Somente os mais ricos e influentes frequentavam este lugar.

Assim que desceram do carro, foram impressionados pela majestosa placa na entrada.

Os conhecedores exclamaram: "Hoje realmente tivemos sorte com a Sra. Amaral, vindo jantar num restaurante tão sofisticado."

Alguém cutucou: "Que Sra. Amaral? Ela será a futura dona do lugar."

Eunice cobriu a boca, baixando os olhos com timidez: "Não falem bobagem, ainda não é certo."

Assim que terminou de falar, um garçom correu para fora, pegando a bolsa de Eunice.

"Senhora Amaral, vai querer o de sempre?"

Essa simples frase já era suficiente para mostrar que Eunice não era apenas uma cliente habitual, mas que também desfrutava de um tratamento especial por aqui.

Com um leve erguer do canto dos olhos, Eunice lança um olhar rápido para Adriana, que estava ao seu lado, antes de falar novamente com uma dose extra de confiança e elegância típica de uma anfitriã.

"Hoje é por minha conta. Peça ao chef para dar uma atenção especial no nosso pedido, por favor."

"Claro, o seu espaço já está todo preparado. Por aqui, por favor."

O garçom liderava o caminho à frente.

Enquanto caminhavam, Eunice fazia suas recomendações com uma intimidade que despertava a inveja dos presentes.

Ao chegarem à porta do espaço reservado, ela perguntou: "Que tal se todos nós comemorarmos com algo para beber hoje? Se não me engano, o Sr. Jaques tem várias garrafas excelentes guardadas na adega."