Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1292

Adriana olhou para a janela vazia, sentindo-se como se estivesse mergulhada em águas geladas.

Ela se lembrou da cena desesperadora em que tentou se queimar viva.

Não conseguiu evitar começar a tremer.

Deu dois passos hesitantes para a frente e então perdeu a consciência, caindo no chão.

Jaques imediatamente a pegou nos braços e correu para fora.

Ao ver aquela cena, Tania sentiu uma fúria incontrolável crescer dentro de si, e, num gesto brusco, deu um tapa em Íris.

"Você está satisfeita agora? Elas confiavam tanto em você!"

Íris segurou o rosto, lágrimas caindo silenciosas.

"Tania, eu... eu não sei do que você está falando. Eu disse algo errado? Não foi a Sra. Guerreiro que mencionou a mãe dela? Só quis aproveitar para consolá-la. Não é culpa da Sra. Guerreiro? Deve ter sido ela quem a deixou nesse estado."

"Você! Você..."

Tania, sem se importar que o vestido de festa pudesse se desfazer a qualquer momento, lançou-se sobre Íris.

Mas, num instante, Bernardo a segurou firmemente pelos ombros.

"Tania, calma."

"Foi ela, foi ela..." Tania lamentou, quase sem voz.

"Tá bom, tá bom, eu entendi."

Bernardo a envolveu em um abraço.

Íris olhou para Bernardo, protegendo Tania, mordeu os lábios, seus olhos piscando algumas vezes.

"Diretor Alves, será que a Tania ficou emocionalmente instável por causa daquela experiência? Ultimamente ela anda tão nervosa... Eu não a culpo, todos nós somos vítimas dessa situação, mas talvez fosse bom você levá-la para ver um médico."

Ela sempre falava com suavidade, mas cada palavra era um veneno para Tania.

Tania gritou: "Eu não fui..."

Íris interrompeu: "Tania, o médico disse que quem passa por isso costuma se fechar, como se perdesse a memória. Se você esqueceu, tudo bem, não pense demais, cuide de si."

"..."

Tania abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada.

Quando ela estava à beira do colapso, uma mão carinhosa pousou em suas costas.

"Não escuta."

A voz suave era como um vento quente em meio ao inverno, aquecendo-a por dentro.

Tania foi, pouco a pouco, se acalmando.

Íris mordeu os lábios; Tania não surtou como ela esperava.

Baixando o olhar, encontrou o rosto de Estela, de oito anos.

"Mamãe, vamos parar de esperar o papai."

Adriana ficou alguns segundos parada, assentiu com a cabeça, e começou, quase por instinto, a embalar a filha para dormir.

Mas estava distraída.

Esperava aquela notícia.

Já tinha tido esse sonho várias vezes, tinha certeza de que havia um motivo.

Desta vez, preparada, os detalhes que antes passavam despercebidos começaram a ganhar nitidez em sua mente.

Quando ouviu a notícia novamente, levantou os olhos devagar.

Mais uma vez, a foto passou rapidamente na tela.

Mas agora estava mais nítida, era um rosto ao mesmo tempo familiar e estranho.

Enquanto Adriana se esforçava para lembrar, ouviu a voz do apresentador.

"Um caso de sequestro com morte ocorrido há trinta anos entre empresários, finalmente foi elucidado hoje graças a uma denúncia anônima. Na foto está o principal suspeito..."

"A polícia desmantelou uma grande quadrilha de tráfico de pessoas..."