Segunda Chance, Não Pense em Fugir! romance Capítulo 1296

Bernardo sorriu e continuou: "Antes, estávamos todos de olho no Hector, mas acabamos ignorando o avô Azevedo, que já morreu."

"Depois de investigar, descobri que os antigos negócios da Família Azevedo estavam todos registrados no nome do avô Azevedo. Seguindo as pistas, vi que pouco antes do acidente ele fez um testamento, transferindo todos os bens para o Eduardo."

"Por isso não encontramos nada de estranho ao investigar o Hector."

"O Eduardo é um nome que causa medo no Sudeste Asiático, mas nos últimos dois anos, os negócios da Família Azevedo foram encolhendo."

Adriana, curiosa, perguntou: "Se ele é tão poderoso, por que os negócios estão diminuindo?"

Bernardo explicou: "Quando poder e riqueza se concentram em uma só pessoa, os de baixo acabam tendo suas próprias ideias. Ele acabou caindo em armadilhas, foi passado para trás por gente do próprio grupo. Com ataques de dentro e de fora do país, o Eduardo foi pego de surpresa."

"É por isso que, assim que voltaram para cá, eles começaram a usar exposições de arte como fachada para tráfico de pessoas, sem nem tentar disfarçar."

A Família Azevedo ficou sem dinheiro.

"Mas um camelo magro ainda é maior que um cavalo, e a galeria de arte da Família Azevedo sempre deu muito lucro. Onde foi parar todo esse dinheiro?"

Tania já tinha visto de perto o lado sombrio da Família Azevedo. Eles faziam qualquer tipo de negócio.

Na verdade, eles nem eram gente — eram um bando de demônios.

Bernardo então deu a resposta.

"O navio de cruzeiro. A Família Azevedo apostou tudo no cruzeiro."

Agora fazia sentido por que Justina e Filomena só falavam do navio.

Justina até ficou com Rogério só para garantir que o cruzeiro da família navegasse sem problemas.

Adriana pensou um pouco, então percebeu algo que todos tinham deixado passar.

"Se o Eduardo é o avô Azevedo, vocês não acham que o navio de cruzeiro é bem parecido com aquele golpe de investimentos do passado?"

"A divulgação pessoal da Justina, a propaganda das parcerias do cruzeiro, tudo parece dizer que o negócio da Família Azevedo dá muito dinheiro."

"Então... será que o cruzeiro também é um golpe?"

Antônio rebateu: "Se fosse golpe, a Família Azevedo faria como antes, evitando a Família Torres e indo atrás de pequenas empresas ricas. Assim, poderiam sair de fininho sem causar escândalo."

Adriana ficou pensativa.

Assim que abriram, a primeira coisa que viram foi o seguro caríssimo do cruzeiro.

Janete explicou: "A Família Azevedo fez o seguro mais caro possível para o navio. Essa quantia dá para comprar outro cruzeiro do mesmo porte."

"Além disso, marquei um detalhe na apólice. Além de desastres naturais, tem uma cobertura extra, que é..."

"Acidente." Jaques nem precisou virar a página, já adivinhava.

Adriana olhou para o perfil profundo daquele homem, admirando a cabeça bonita e bem-feita.

Se pudesse, aproveitaria quando ele dormisse para ver o que havia de diferente entre os dois.

Ela ainda nem tinha entendido direito a relação entre o seguro e os outros detalhes, e ele já tinha percebido tudo.

A mão de Jaques, apoiada na cintura da Adriana, acariciava-a casualmente, transmitindo a sensação de que tudo estava sob controle.

No meio desse pensamento, Antônio interrompeu:

"O que quer dizer com acidente? Será que a Família Azevedo quer encenar o Titanic agora?"